Os dois fatores que puxaram a queda do resultado do varejo em fevereiro foram o aumento dos preços em supermercados e a volta gradual do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca, avalia a economista do banco ABC Brasil Mariana Hauer. As vendas do comércio varejista caíram 0,4% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, informou na manhã desta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A surpresa na variação mensal foi por conta dos preços de supermercados, que aumentaram no período, o que gerou queda na atividade. A queda em móveis e eletrodomésticos não surpreendeu, mas a variação veio bastante negativa por conta do IPI que começou a voltar para a linha branca”, afirmou a economista.
Em fevereiro ante janeiro, as vendas de supermercados caíram 1,0% e móveis e eletrodomésticos recuaram 0,2%. O resultado do setor de supermercados, de acordo com Mariana, está relacionado com a alta nos preços dos alimentos, que sofrem choque de preços por efeito sazonal no início do ano.
Para a economista, o comportamento do varejo neste ano deve desacelerar na comparação com o ano passado. “Mas isso não significa que vá ser fraco. O varejo tem se mantido aquecido, não acho que vá desacelerar tanto. O dado de fevereiro foi pontual e não é possível ver uma tendência ainda para os próximos meses, pois está muito volátil”, disse a economista. De acordo com ela, a inflação ainda não afeta o consumo e isso só deve ocorrer caso gere uma queda na renda da população.