Abate chega à sétima e última propriedade

Os animais da sétima e última propriedade do Paraná apontada como foco de febre aftosa pelo Ministério da Agricultura serão finalmente sacrificados. A Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) confirmou para hoje o início dos procedimentos na Fazenda Alto Alegre, em Loanda, onde devem ser mortos cerca de 1.703 animais. A Seab acredita que os trabalhos podem ser concluídos já neste domingo, mas considerando o tempo que os procedimentos anteriores levaram, é possível que o sacrifício avance até o início da próxima semana. Seis atiradores da Polícia Militar irão se revezar no trabalho.

 Até agora, 5.053 animais foram mortos no Paraná. O sacrifício sanitário começou no dia 8 de março, com o sacrifício de 231 bovinos da Fazenda Pedra Preta e 144 da Fazenda Cesumar, ambas em Maringá. Em seguida foi a vez dos 84 bovinos da Fazenda Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso, e de 39 da Fazenda Santa Izabel, em Grandes Rios. Depois de várias medidas judiciais – ora proibindo o abate, ora autorizando -, os 1.810 animais da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, foram mortos. A propriedade foi a primeira a ser declarada foco de aftosa pelo Ministério da Agricultura, no dia 6 de dezembro.

Na semana passada, foi a vez do rebanho da Fazenda São Paulo, em Loanda, a ir para o sacrifício. A princípio, eram 2,5 mil animais, mas uma nova contagem apontou para 2.709 animais. Na quinta-feira, ao meio-dia, os trabalhos foram concluídos, com o sacrifício de 2.745 animais.

Os proprietários das cinco primeiras fazendas já receberam parte da indenização que cabe ao Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Fundepec-PR). O restante (outros 50%) será pago pelo Ministério da Agricultura. O último a receber do Fundepec foi o proprietário da Fazenda Cachoeira: R$ 645.816,00 pela morte dos 1.810 animais.

Três meses

Os resultados das necropsias feitas em alguns dos animais sacrificados devem ficar prontos somente em 90 dias. A informação é da coordenadora do Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti, Ana Beatriz de Oliveira. ?Isso porque dependem de sucessivas passagens em cultivos celulares, o que demanda tempo para se chegar a um diagnóstico definitivo?, explicou.

Segundo ela, o soro colhido será utilizado em dois exames (Elisa 3ABC e EITB) para verificar se os anticorpos encontrados são provenientes da febre aftosa ou da vacina contra a doença, aplicada nos rebanhos. ?O soro vai ser usado como amostra comparativa com os exames realizados anteriormente?, explicou.

De acordo com informações da Seab, o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) vai, a partir desta segunda-feira, começar a processar as amostras do material colhido durante a necropsia de animais sacrificados nas sete propriedades do Paraná reconhecidas como focos de febre aftosa. O trabalho será feito pela pesquisadora do Panaftosa, Rossana Allende, que acompanhou a necropsia de 21 animais realizada no Estado.

Durante o processamento do material, serão feitos os testes para detectar material genético do vírus da febre aftosa. Também serão realizadas as provas de isolamento viral. O objetivo é isolar o vírus da doença, como também vírus de outras doenças que podem ser confundidas com a febre aftosa. Entre elas estão a estomatite vesicular, a língua azul, a rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e a diarréia viral bovina (BVD). 

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