O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seu discurso, durante o anúncio da Política de Desenvolvimento Produtivo, que a inovação empresarial merece prioridade no atual momento, justamente por conta da criação de novos mercados ligados à tecnologia, como a nanotecnologia e a biotecnologia. "Vêm ocorrendo mudanças estruturais nos mercados", observou. E para sustentar o crescimento industrial, a indústria de bens de capital merece atenção especial na nova política, afirmou o presidente, que também citou a capacitação tecnológica como uma das missões do pacote de medidas anunciado nesta segunda-feira (12).
Lula também lembrou que o meio ambiente entrou com força na agenda internacional e de cada país. Todos os países estão sendo chamados para adotar medidas para reduzir a emissão de dióxido de carbono, com a adoção de energias renováveis, da bioenergia e dos biocombustíveis. "Para o Brasil, trata-se de uma extraordinária oportunidade", reiterou.
Para Lula, o Brasil tem de enfrentar preconceitos arraigados e lobbies poderosos dos países desenvolvidos. "Convoco todos os brasileiros para essa batalha. Os lobbies, por mais poderosos que sejam, não serão capazes de deter o biocombustível", disse.
Para o presidente, há enorme potencial de desenvolvimento nos setores de petróleo e gás natural, graças às novas descobertas na camada pré-sal. Por isso mesmo, a política industrial terá como missão a capacitação tecnológica e a competitividade dos vários setores produtivos de equipamentos e sistemas que fortaleçam as cadeias de etanol, petróleo e gás e biodiesel. "O Brasil não vai mudar seu comportamento de forma alguma, qualquer se seja a crítica", disse o presidente, muito aplaudido.
Na avaliação do presidente, a democracia consolidada, a estrutura produtiva com potencial de se tornar cada vez mais eficiente, além do amplo mercado interno brasileiro, diferencia o País no contexto internacional e coloca o Brasil em uma posição bastante favorável. "É hora, portanto, de acertarmos as bases para um futuro próximo próspero e socialmente diferente", disse.
Na avaliação do presidente, a grande novidade no País neste início de século é que, graças ao controle da inflação, ao programa Bolsa Família e outros programas sociais, ao aumento real do salário mínimo e ao forte crescimento do crédito, dez milhões de brasileiros deixaram a linha de miséria. Outros 20 milhões, que faziam parte das classes D e E, ingressaram na classe C, dando origem a uma nova classe média. "A economia deu um salto à frente com aumento do consumo e mudou de patamar de crescimento", afirmou Lula.