Foto: Chuniti Kawamura |
Werther Liconti: é um setor que está em franca expansão. continua após a publicidade |
Eles somam 116 milhões de unidades em todo o País e movimentaram entre janeiro e março deste ano cerca de R$ 6,5 bilhões. São os cartões de lojas e de redes, que estão caindo no gosto popular. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) indicam que o número de cartões de lojas e redes é superior ao de cartões de crédito (116 milhões contra 83 milhões), mas o volume financeiro transacionado é bem menor: no caso do cartão de crédito, foram R$ 39,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano – quase seis vezes o volume movimentado pelos cartões de lojas e redes.
?O volume desses cartões é bem maior do que os de crédito pela própria facilidade em obter. O acesso é gratuito, a pessoa não precisa apresentar holerite, não há cobrança de anuidade e o cartão fica pronto na hora?, explicou Boanerges Ramos Freire, sócio-diretor da Boanerges & Cia. Consultoria em Varejo Financeiro, de São Paulo. ?Por outro lado, como é fácil de ser concedido e só pode ser utilizado em determinada rede de lojas (no caso de cartões de loja), a freqüência de uso é bem menor?, acrescentou. O ticket médio também é diferente: enquanto no cartão de crédito o valor era R$ 76,00 em março, no cartão de loja era praticamente a metade (R$ 39,00).
De olho nesse nicho do mercado, a SenffNet – administradora paranaense de cartões, criada em 2000 a partir da venda da rede de supermercados Parati (antiga Senff) ao Pão de Açúcar – está ampliando sua atuação. Além do Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro, a rede está investindo no Rio Grande do Sul e no interior de São Paulo. ?É um setor que está em franca expansão?, confirmou Werther Luiz Liconti, gerente comercial da SenffNet. Hoje cerca de 600 empresas – entre supermercados, farmácias, lojas de confecção, de calçados – emitem cartão da SenffNet. O cartão é aceito em cerca de 5 mil estabelecimentos e hoje há aproximadamente 500 mil cartões da administradora paranaense em circulação.
Segundo Liconti, os cartões de marca própria acompanham o crescimento dos cartões de crédito que trabalham com bandeiras internacionais. ?Atuamos em todos os segmentos do varejo, desde supermercados, farmácias até postos de combustíveis, lojas de confecção, de calçados?, afirmou Liconti.
Para o estabelecimento, uma das grandes vantagens do cartão de marca própria é a possibilidade de oferecer um atendimento personalizado. ?É um instrumento de relacionamento?, comentou. ?Quando o cliente compra com cartão de crédito, a administradora só informa ao comerciante que alguém esteve lá e comprou. A venda não é identificada. Já com o cartão de marca própria, a loja sabe toda vez que você fez compras. Pode servir para a empresa montar uma estratégia de marketing, desenvolver um programa de fidelização?, explicou. Para o cliente, há a oportunidade de se tornar preferencial quando a loja fizer promoções, por exemplo. Além disso, é uma opção a mais na hora de parcelar as compras.
Diferenças entre o cartão de crédito e o de loja e rede
Sobre a diferença entre os cartões de crédito e os de loja e rede, Boanerges Ramos Freire, sócio-diretor da Boanerges & Cia. Consultoria em Varejo Financeiro, citou a taxa de juros e o limite de parcelamento. ?Em geral, o varejista pode apresentar taxa de juros menor do que o do cartão de crédito. Por outro lado, o limite de crédito de uma bandeira internacional normalmente é maior do que o de uma loja?, comentou. Sobre qual seria mais vantajoso, o consultor diz que depende de cada caso. ?O consumidor, na hora de pagar, tem que observar qual cartão vale mais a pena.?
O consultor lembrou ainda que o cartão de crédito de bandeira internacional (Visa, Master, Diners, American Express) pode ser usado tanto na compra de passagem aérea, como em restaurantes, supermercados e até alguns táxis, ao contrário do de loja e rede. ?É por isso que o valor é bem maior?, afirmou Boanerges, referindo-se ao grande volume financeiro movimentado pelos cartões de crédito – R$ 39,3 bilhões no primeiro trimestre do ano.
Interessadas nesse segmento, apontou Boanerges, muitas lojas estão firmando parcerias com administradoras de cartões de bandeira internacional. ?É o cartão híbrido, ou seja, um mesmo plástico tem a função de crédito da loja, com limite e parcelamentos, e pode ser utilizado em outros estabelecimentos. O cartão da Casas Bahia/Visa, resultado da parceria com o Bradesco, é um exemplo.?