2012 foi positivo para o varejo, diz economista do SPC

O aumento de 6,75% das vendas em 2012 sobre 2011, considerando como termômetro o volume de consultas ao banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), é considerado “natural” e “responde às expectativas do setor”. A avaliação é da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC, que divulgaram nesta quarta-feira os indicadores de vendas a prazo do comércio e de inadimplência da pessoa física referentes ao mês de dezembro e os números acumulados no ano.

De acordo com a economista do SPC Brasil Ana Paula Bastos, 2012 foi um ano positivo para o comércio, impulsionado por fatores como aumento das vendas, expansão do crédito e do nível de emprego. “Todos esses fatores estão ajudando”, afirma.

Segundo a economista, inclusive a retração de 0,91% na inadimplência em dezembro, na comparação com o mês anterior, reflete esse cenário positivo. “As pessoas querem quitar suas dívidas. Quem não conseguiu quitar em novembro, quitou em dezembro, para começar o ano sem dívidas”, disse. Apesar dessa análise positiva, Ana Paula lembra que há expectativa de alta do índice de contas em atraso entre janeiro a março, o que representa um efeito sazonal gerado pelas compras de Natal.

O aumento das vendas em porcentuais altos e com índices menores de variação da inadimplência, inclusive, é um sinal do bom momento vivido pelo setor, analisa Ana Paula. “Inadimplência esta ligada ao consumo, mas não na mesma proporção”, destaca. Para 2013, avalia Ana Paula, o cenário também é positivo para o setor. Segundo ela, o governo tem espaço na política fiscal e na política monetária e bom nível de reservas internacionais para estimular o crescimento. Ela faz uma só ressalva: “Temos de ter cuidados com o superávit”.

A economista do SPC Brasil aposta para este ano em um crescimento das vendas em 6,5%. Esse porcentual poderá ser revisto para cima. “É preciso ver como vai se comportar a indústria, o câmbio e a inflação”, diz. Mas ela não acredita em alta inflacionária e aposta em variação de 5,8% no ano. Fala, inclusive, que mesmo uma alta da taxa de câmbio para uma faixa entre R$ 2,20 e R$ 2,35 por dólar – que ajudaria a dar um impulso à produção industrial – não causaria fortes impactos inflacionários. Para o Produto Interno Bruto (PIB), ela acredita em crescimento de 3% a 4% neste ano.

Os únicos fatores com poder de gerar pioras nas perspectivas são fatores externos (recrudescimento das crises dos países ricos) e uma eventual crise interna de infraestrutura, ou seja, apagão. “Mas não haverá necessidade de racionamento”, aposta.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna