O Banco do Brasil espera um segundo semestre melhor que o primeiro, beneficiado, principalmente, por um volume menor de provisões para devedores duvidosos (PDDs), mas sem retomada de crédito, de acordo com o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores da instituição, José Coelho, durante o prêmio Estadão Empresas Mais, promovido pelo Grupo Estado em conjunto com a Fundação Instituto de Administração (FIA).
“Esperamos um segundo semestre um pouco melhor e essa é a tendência para os próximos trimestres, que devem ir melhorando os poucos. Os dados de crédito do Banco Central (divulgados na quarta-feira) vieram bem fracos. Ainda não estamos vendo retomada de crédito”, afirmou ele, nesta quinta-feira, 29, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O estoque de crédito do sistema financeiro apresentou estabilidade em agosto ante julho, num total de R$ 3,115 trilhões, segundo informou ontem o BC. Em 12 meses, foi visto recuo de 0,6% e, no acumulado deste ano, de 3,2%.
Apesar disso, o BB, conforme Coelho, espera um “pequeno crescimento” da sua carteira de crédito total para este ano embora para pessoa jurídica a projeção indique queda dos empréstimos. Na divulgação de resultados do segundo trimestre, o banco revisou para baixo seu guidance como reflexo do desempenho da pessoa jurídica neste ano. Agora, espera que os empréstimos, considerando o conceito ampliado – interno, possam encolher até 2% neste ano ou subir 1% no melhor cenário.
Para 2017, Coelho afirma que não vê mudança de tendência em termos de crédito, uma vez que a demanda continua baixa. Ainda assim, o BB espera, conforme ele, um pequeno crescimento dos empréstimos também para o próximo ano. “Começamos a discutir o orçamento para 2017”, explica ele, sem citar números projetados para o ano que vem.
Sobre possíveis desinvestimentos do BB para melhorar a rentabilidade do banco, principal foco da instituição, Coelho disse que as conversas com o Patagônia seguem normais. Em recente fato relevante ao mercado, o banco comunicou que avaliava a possibilidade de fazer uma oferta da venda de sua fatia no banco argentino. Coelho não deu, porém, um prazo para a concretização do negócio.
O vice-presidente do BB afirmou ainda que no Votorantim o trabalho é para melhorar sua rentabilidade. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROE, na sigla em inglês) do banco foi a 5,4% no segundo trimestre, melhor que o primeiro, de 4,5%. Não comentou, contudo, se o BB tem interesse de se desfazer em sua fatia no Votorantim.