A partir de 2 janeiro, cerca de 1,5 mil funcionários de correspondentes bancários do Paraná estarão desempregados por causa de uma resolução do Banco Central (nº 4035), que proíbe os bancos de manterem em suas agências os profissionais que trabalham com oferta de crédito consignado.

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Esses trabalhadores, todos em regime CLT, são funcionários de empresas contratadas por instituições bancárias para atuar no setor de crédito consignado. “Muitas dessas empresas poderão quebrar em razão da proibição do Banco Central. Os profissionais, vários deles com idade acima dos 40 anos, não conseguirão recolocação no mercado de trabalho facilmente”, alerta o presidente da Associação Nacional das Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes no País (Aneps), Luís Carlos Bento.

Além da ameaça de demissão em massa – no Brasil todo se calcula que atinja mais de 30 mil pessoas–, a resolução pode trazer impacto nos esforços do governo em estimular a economia, pois dificulta o acesso de mais pessoas a empréstimos consignados. “A movimentação de menos dinheiro na economia significa também menos consumo”, afirma o presidente da Aneps, que já solicitou esclarecimento do Banco Central.

Para Bento, a norma do BC tem ainda outro agravante, uma vez que representa séria ameaça à segurança financeira das pessoas interessadas em crédito consignado. “Elas estarão mais vulneráveis à ação de golpistas e também ao assédio dos chamados pastinhas, que oferecem crédito consignado fora do ambiente das agências bancárias”, alerta.

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Fundada em 2001, a ANEPS – Associação Nacional das Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes no País – atua na defesa, no desenvolvimento e na organização do segmento que envolve os correspondentes e as empresas promotoras de crédito no Brasil.