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Comércio espera ?abocanhar? parte desse dinheiro. continua após a publicidade |
Cerca de R$ 3,3 bilhões devem ser injetados na economia paranaense até o final do ano, com o pagamento do 13.º salário. O volume é 10% maior do que o do ano passado, segundo informações divulgadas ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, regional Paraná (Dieese-PR), em parceria com a Federação dos Empregados do Comércio do Paraná e o Sindicato dos Comerciários. O montante a ser pago no Paraná representa 5,16% do volume que o 13.º irá injetar na economia brasileira, estimado em R$ 64 bilhões.
No Estado, cerca de 3,846 milhões de pessoas devem ser beneficiadas com o salário adicional, a maior parte (60,1%) trabalhadores do mercado formal – incluindo funcionários do setor público e do privado -, seguido por aposentados e pensionistas do INSS (37,5%) e empregados domésticos com carteira assinada (2,4%). Em todo o País, aproximadamente 63,8 milhões de pessoas serão beneficiadas.
Entre os assalariados do mercado formal, a estimativa é que o valor médio do 13.º salário seja de R$ 1.082,14, no Paraná; para os aposentados do INSS deve girar em torno de R$ 516,19 e para empregados domésticos, R$ 487,83. Com isso, o valor médio do 13.º deve ficar em R$ 855,90 – valor 6,27% ma-ior do que o pago no ano passado, que ficou em R$ 805,42.
Sobre o destino desse dinheiro extra, o economista Cid Cordeiro, do Dieese-PR, acredita que entre 30% e 50% deve ir para o consumo. ?O restante deve se dividir entre o pagamento de dívidas, poupança, reformas, viagens?, comentou. A primeira parcela do 13.º deve ser paga até o dia 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro. Uma parte dos brasileiros – entre eles beneficiários do INSS – já recebeu a primeira parcela, lembrou Cordeiro.
Comércio
Com mais dinheiro no bolso, o consumidor brasileiro irá às compras. Para atender a demanda, o comércio varejista do Paraná prevê a contratação de 12 a 13 mil temporários para este final do ano. ?Em uma previsão pessimista, o número de contratações deve repetir à do ano passado (12 mil), mas se formos otimistas, deve crescer 10% (chegando a 13,2 mil)?, apontou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR.
?Nossa aposta é que este será o melhor Natal dos últimos anos em vendas do comércio?, comentou o tesoureiro da Federação dos Empregados do Comércio no Paraná, José Maria de Matos.
O cenário econômico é o que mais tem animado o setor. Entre os fatores que devem contribuir para as boas vendas no Natal, destaque para a queda na taxa de câmbio – que era de R$ 2,15 no Natal do ano passado e hoje está em R$ 1,74, ou seja, desvalorização de 19,21%. ?A expectativa é que esta queda reflita nos preços dos importados, o que eleva o consumo e reflete em taxas de juros menores?, destacou Cordeiro. O crescimento real da renda (em torno de 3%) também deve contribuir para as vendas neste final de ano, além da queda no desemprego – de 16,40%, em setembro do ano passado para 15,50%, em setembro deste ano.
No caso específico do Paraná, houve ainda crescimento no mercado de trabalho formal. Entre janeiro e setembro deste ano, o saldo de empregos (admitidos menos demitidos) foi de 132 mil contra 94 mil no mesmo período do ano passado – ou seja, incremento de 40%.