O economista Nelson Barbosa, assessor econômico da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela reeleição e integrante licenciado da equipe do Ministério da Fazenda, afirmou nesta quinta-feira, em debate sobre os programas de governo dos candidatos à presidência da República, que a economia do Brasil precisa crescer pelo menos 5% ao ano nos próximos anos. Barbosa voltou a dizer que o programa de Lula não fixa uma meta explícita de crescimento, mas afirmou que estão dadas todas as condições objetivas para que seja alcançada.
"A expectativa de mercado para a inflação mostra que estamos abaixo da meta. Não há necessidade de desinflação. Isso possibilita a redução da taxa de juros sem risco para a estabilidade", avaliou o assessor, sugerindo que, daqui para frente, a taxa básica (Selic) de juros da economia continuará sendo reduzida a passos largos. O economista lembrou que a política aplicada pelo governo Lula nos últimos três anos e meio conseguiu reduzir a vulnerabilidade externa e resolver a maior parte dos problemas que emperravam o crescimento econômico.
Barbosa admitiu, entretanto, que o déficit da Previdência é hoje um dos grandes problemas fiscais do País, mas é de natureza estrutural, devido às pressões demográficas, que implicam crescimento vegetativo das despesas entre 3% e 4% ao ano. "Com mais crescimento, fica mais fácil fazer ajuste fiscal. Não existe ajuste fiscal bem-sucedido sem crescimento", afirmou Barbosa.