Economia pode crescer 3,5% em 2003, diz coordenador do PT

Ao contrário das previsões pessimistas, o coordenador-executivo do programa econômico do PT  economista Antônio Prado, projeta um crescimento de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2003. Segundo ele, o mercado fez projeções negativas a partir do cenário de turbulência que antecedeu a eleição presidencial. ?Nossa expectativa, que está gradualmente se realizando, é que haverá recuo na cotação do dólar?, disse, prevendo que, ao longo do primeiro semestre de 2003, o dólar se estabilize entre R$ 3,00 e R$ 3,25.

A partir deste cenário de crescimento e de estabilização do câmbio em torno de R$ 3, Prado descartou a necessidade de elevar a meta de superávit primário em 2003, como propõem analistas do mercado financeiro. ?A projeção de 3,75% é razoável e coloca a relação dívida/PIB em trajetória declinante?, afirmou o economista.

Prevendo uma política monetária ?menos austera?, Prado acredita que a taxa de juro real poderá cair para 8% a 9% até o final de 2003. A redução da taxa não virá, no entanto, no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. ?O primeiro semestre vai ser de um ajuste mais difícil?, disse, ponderando que o PT está ?herdando uma economia com dificuldades?. Assim, uma aceleração da queda dos juros só viria, de acordo com Prado, a partir do segundo semestre.

Mesmo admitindo preocupação com a pressão inflacionária, Prado aposta no recuo do dólar como fator de alívio para a alta dos preços. Segundo ele, a revisão já proposta pelo governo FHC para o núcleo da meta de inflação de 4% para 6% em 2003, com um intervalo de 2,5pp para cima ou para baixo, é suficiente para o cumprimento da política de metas no próximo ano. A previsão do economista do PT é de que o IPCA em 2003 chegue a 8% a 8,5%.

Prado destacou o desempenho da balança comercial brasileira neste ano como ?excepcional?. Ele compartilha a expectativa do mercado de um saldo comercial de US$ 11,5 bilhões neste ano. Para 2003, projeta um saldo de US$ 16 bilhões, com a entrada de, pelo menos, US$ 13 bilhões em investimento direto estrangeiro. ?Número que pode ser superior?, disse. O déficit em conta corrente em 2003, segundo Prado, deve ficar em US$ 9 bilhões, tido por ele, como ?facilmente financiável?. A expectativa do PT é de que as linhas de crédito a o País sejam recompostas ao longo do próximo ano.

Reformas – A determinação do PT de aprovar as reformas tributária e previdenciária no primeiro ano de governo deve compensar, segundo Prado, a manutenção da meta de superávit primário em 3,75%. Mesmo com a aprovação das reformas no primeiro ano de governo Lula, o e conomista descarta totalmente a renegociação da dívida dos Estados e municípios em 2003. A partir do segundo ano, dependeria das condições fiscais da União.

Mesmo com a manutenção das alíquotas de 27,5% do Imposto de Renda e da Contribuição sobre Lucro Líquido das empresas em 2003, o economista não assegura que seja possível elevar o salário mínimo para R$ 240 a partir de 1º de maio. ?Não creio que a soma desses dois recursos seja suficiente para garantir o aumento do salário mínimo (para esse nível)?, disse Prado. De acordo com ele, o salário mínimo será ?o mais próximo possível? de R$ 240, como defendem deputados do próprio PT e de partidos de oposição, com o o PSDB.

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