O presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou hoje que não houve momento semelhante na história do País em que tenha existido uma combinação de fatores tão positivos, como os atuais, para o crescimento da economia nacional. Em entrevista concedida à rádio CBN, ele disse que o atual momento brasileiro possibilitará ao País crescer "de 5% a 6%, ao ano, de forma sustentável".
"Eu espero que, um dia, o Brasil não seja (apenas) convidado, mas faça parte dos oito países mais ricos do mundo e que possa participar, ajudando a política mundial de comércio", afirmou Lula, lembrando da participação do País nas mais recentes reuniões do G-8.
O presidente evitou confirmar se pretende ou não fazer a reforma da Previdência caso venha a ser reeleito. Desviando sucessivamente de perguntas diretas sobre o tema, Lula disse acreditar que este é um assunto que sempre deve ser discutido por um governo. "Acho que nós sempre temos que discutir reforma da previdência social", disse o presidente, na entrevista à CBN. Segundo ele, dentro de 15 ou 20 anos, todos os governantes terão que pensar um novo modelo para esta área.
Durante a conversa, Lula também disse que déficit da previdência é algo que foi programado no momento em que a Constituição de 1988 incluiu milhões de brasileiros no recebimento de benefícios. "O déficit brasileiro é um déficit do Estado brasileiro", disse Lula. "É uma opção que a constituição de 88 fez". Mesmo assim, o presidente destacou esforços do governo federal para melhorar a eficiência do sistema previdenciário, como o recadastramento de beneficiários e a compra de 26 mil computadores para o INSS, e insistiu que a estratégia do governo de geração de empregos por si só será um fator importante para ajudar a amenizar o déficit da previdência. "O crescimento de emprego obviamente vai permitir que a gente diminua o déficit.
Lula também lançou sobre seus adversários políticos e "alguns governadores" a responsabilidade pela não conclusão da reforma tributária. O presidente disse ter feito sua parte em 2003, quando conseguiu aprovar as mudanças relacionadas ao governo federal, apontou a necessidade de acabar com a pendência da redução de alíquotas de ICMS. "Isso vai ser votado quando o congresso quiser, está pronto", disse o presidente. "Os meus opositores não querem votar e alguns governadores não querem votar porque querem continuar a guerra fiscal", acrescentou.