O ex-goleiro Edinho Cholbi do Nascimento, de 34 anos, negou hoje (14), durante seu depoimento perante júri popular no Fórum Criminal de Santos, ter participado do racha que culminou com a morte do aposentado Pedro Simões Neto, de 50 anos, no dia 24 de outubro de 1992. Junto com Edinho está sendo julgado Marcílio José Marinho de Melo, de 31 anos, condutor do Apollo que colidiu com a motocicleta pilotada pelo aposentado. O acidente ocorreu na Avenida Epitácio Pessoa, no bairro do Boqueirão, em Santos.
Um forte esquema de segurança marcou o deslocamento de Edinho da Penitenciária de Presidente Bernardes, onde está preso pela acusação de envolvimento na quadrilha do megatraficante Naldinho, até o Fórum de Santos para o julgamento. As algemas que prendiam os punhos do filho de Pelé só foram retiradas quando ele sentou-se no banco dos réus para prestar depoimento ao juiz Gilberto Ferreira da Cruz.
Edinho negou que estivesse participando de um racha e garantiu que sequer conhecia Marcílio, o motorista responsável pela morte do aposentado. Com o salão do júri repleto, os advogados de defesa dos dois acusados sustentaram a tese de que não houve racha e sim um acidente de trânsito, enquanto o promotor de Justiça, Octávio Borba de Vasconcelos, alegou que os dois motoristas partcipatavam de uma corrida, até pela velocidade imprimida pelos carros, superior a 100 km por hora.
O primeiro julgamento dos dois acusados foi realizado no dia 5 de outubro de 1999, quando ambos foram condenados, em júri popular por homicídio simples, com pena de seis anos, em regime semi-aberto. Os dois motoristas recorreram e a 2a. Câmara Criminal de Férias do Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso, em setembro do ano passado, anulando o primeiro júri. Eles estão sendo julgados novamente por homicídio doloso (com intenção). A previsão é que o julgamento avance noite adentro.
Denúncia
Também hoje (14), o juiz substituto Ricardo Fernandes Pimenta Justo, que responde interinamente pela 1a. Vara Criminal de Praia Grande, aceitou denúncia formulada pela promotora de Justiça Ana Maria Frigerio Molinari contra o bando do traficante Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho. Desta forma, além do traficante, outros 11 homens estão sendo denunciados pelo Ministério Público, incluindo Edinho.
Ao aceitar a denúncia, Naldinho e mais 11 homens vão responder a processos por crimes previstos a lei de entorpecentes, e no estatuto do desarmamento. Com isso, todos passam à condição de réus. O juiz Pimenta Justo designou para o dia 19 de agosto o interrogatório dos acusados, em sessão que deverá ser presidida pelo juiz titular, Edegar de Souza Castro, que se encontra em férias.