Dulci diz que não é hora de discutir quem terá legenda

O ministro-chefe da Secretaria Geral, Luiz Dulci, disse hoje (12) que "não é o momento oportuno" de o PT tratar agora se deve ou não dar legenda aos parlamentares do partido que poderão renunciar caso venham a ser cassados pela Câmara. "O partido tem de aguardar solução do Parlamento e terá de discutir isso só em 2006, na metade do ano que vem", comentou o ministro, que comemorou a eleição do ex-ministro Ricardo Berzoini para dirigir o partido e acha que renunciar ou não "é uma decisão absolutamente pessoal" dos deputados acusados de estarem envolvidos com o escândalo do mensalão.

Dulci acusou ainda o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de ter agido de forma antidemocrática e com "volúpia eleitoral" ao acusar o governo, com uma semana de crise, de ter chegado ao fim por causa de "denúncias inconsistentes e vazias", chegando a exigir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dissesse que não seria candidato no ano que vem. O ministro acredita que "o clima exacerbado de disputa política ainda vai durar um certo tempo" e lembrou que só o presidente Lula foi alvo de "pelo menos 13 ou 14 denúncias falsas da oposição, que se mostraram inconsistentes, que foi explorada politicamente pela oposição". Entre elas, o ministro considera a de que seu irmão teria montado um escritório para fazer tráfico de influência no governo e a de que seu filho Fábio foi beneficiado com a associação da Telemar à desconhecida empresa de produção de games para TV.

"Os sectários da oposição quiseram decretar artificialmente o fim do governo com acusações que os fatos desmentiram", declarou o ministro, que desembarcou na cidade do Porto, acompanhando o presidente Lula para uma viagem de uma semana, a quatro países da Europa. "Não só o governo não acabou, como o País avança, não só na área econômica, mas também na social como, por exemplo, o avanço do bolsa família." Para o ministro, o ex-presidente Fernando Henrique "parou de falar, certamente porque avaliou que não foi numa boa estratégia política ou, quem sabe, percebeu que estava indo em uma linha antidemocrática".

Apesar de considerar que "essas coisas foram desaparecendo", o ministro advertiu que "ainda há setores muito sectários da oposição, tentando exacerbar artificialmente a crise política". Indagado se essa mudança de comportamento era medo da reeleição de Lula, o ministro respondeu: "acho que é reconhecimento da força do presidente Lula e do prestígio popular que ele tem, mesmo depois do massacre pelo qual passou". Na opinião de Dulci, "é provável que lideranças mais lúcidas da oposição tenham percebido isso e retificado suas atitudes autoritárias". Mas ele questionou o fato de a oposição, a cada dois, três dias, lançar novas denúncias contra o governo, que depois são desmentidas, na sua opinião, e que não aparece ninguém para pedir desculpas.

De acordo com o ministro, "a crise política nunca se tornou a crise do País", principalmente porque, "no auge da crise política, a economia demostrou uma vitalidade extraordinária" e "o País nunca parou de crescer". Ele insistiu ainda que, embora a oposição dissesse que o governo estava parado, isso não é verdade e a prova disso são os resultados auspiciosos obtidos pelo Planalto.

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