Duhalde tenta baixar o tom da discussão entre Brasil e Argentina

O ex-presidente argentino Eduardo Duhalde tentou baixar o tom da discussão entre a Argentina e o Brasil ao dizer que "o conflito é muito maior na imprensa do que na realidade".

O presidente da Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul disse que "não vê nenhum problema sério" entre os dois sócios, embora tenha reconhecido que "sempre haverá" inconvenientes na relação entre ambos.

Em entrevista a uma rádio de Buenos Aires, Duhalde disse que, apesar das diferenças, "há um comum convencimento dos presidentes de que a oportunidade da regionalização é agora".

Segundo ele, como a Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul está "trabalhando permanentemente com os chanceleres de todos os países" da região sem inconvenientes. No entanto, Duhalde disse que "depois vê nos meios de comunicação como se houvesse grandes problemas".

Duhalde também questionou a possibilidade de que a Argentina passe à realizar gestões de maior aproximação com os Estados Unidos por causa das diferenças diplomáticas com o Brasil.

"Historicamente, na relação entre Argentina e Brasil, o país que se sentia mais debilitado se recostava sobre os Estados Unidos", disse o ex-presidente, completando que essa situação ocorria "porque víamos nossos vizinhos com a hipótese de conflito bélico".

Porém, "isso já foi superado", constata Duhalde. Em sua análise, o ex-presidente explica que entre Argentina e Brasil "há uma teia de interesses muito forte", com empresários de ambos países que se dão bem com a integração e outros que não. Duhalde mo strou-se convencido de que o Mercosul vai avançar.

Na mesma linha amena e otimista do ex-presidente Eduardo Duhalde, o embaixador argentino em Washington, José Bordón, afirmou que o governo Néstor Kirchner não quer "converter a relação com um amigo e vizinho como o Brasil, o Chile ou qualquer outro país, em uma concorrência de pessoas ou de países".

Porém, o embaixador repetiu a advertência feita pelo chanceler Rafael Bielsa de que a intenção do governo argentino é a de agir com "firmeza mas com uma atitude positiva de superar as diferenças".

O embaixador argentino comentou que, se existem "estratégias diferenciadas" sobre determinados assuntos, o governo buscará "mantê-las com respeito". Bordón afirmou ainda que em política externa os argentinos buscam ser "simples, firmes e construtivos".

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