Duda presta novo depoimento no dia 15

Brasília – A cúpula da CPI dos Correios pretende marcar para o dia 15 de março o novo depoimento do publicitário Duda Mendonça. Na quinta-feira, integrantes da Comissão reúnem-se com o diretor o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), Antenor Madruga, para analisar os documentos enviados pela Promotoria de Nova York com os dados de quebra de sigilo do publicitário Duda Mendonça nos Estados Unidos.

"Vamos ver os documentos para colher subsídios para o depoimento do Duda Mendonça", afirmou o presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS). A Comissão obteve autorização para ter acesso à papelada somente ontem (23). Os documentos com a quebra do sigilo de Duda chegaram há três meses no Brasil e já foram analisados pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e pelo DRCI.

A fim de evitar vazamento de informações, o comando da CPI dos Correios decidiu que apenas quatro parlamentares terão acesso aos documentos: o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) e os relatores adjuntos Eduardo Paes (PSDB-RJ) e Maurício Rands (PT-PE), além de Delcídio. "O Duda vai ser ouvido depois que analisarmos os documentos, provavelmente por volta do dia 15 de março. Não pode ser um depoimento onde ele chega e não diz nada. Temos de ter motivação para ouvi-lo", afirmou Serraglio, que pretende entregar seu relatório final no dia 21 de março.

Os documentos enviados pelas autoridades americanas para o Brasil registram a movimentação da conta Dusseldorf no Banco de Boston de Miami. A Dusseldorf é uma offshore cuja conta foi aberta pelo publicitário por orientação de Marcos Valério Fernandes de Souza, segundo relato de Duda Mendonça à CPI em agosto do ano passado. A conta foi usada para receber R$ 10,5 milhões como parte do pagamento dos serviços que Duda prestou ao PT nacional, na campanha de 2002.

As análises feitas pelo DRCI já detectaram que a Dusseldorf foi alimentada por, pelo menos, seis outras contas, sendo três de empresas ligadas ao Banco Rural. Os extratos também apontam que a Dusseldorf transferiu US$ 1,13 milhão para três outras contas. Duas delas pertencem às offshores Strongbox e Raspberry. Ambas têm sede nas Bahamas (Caribe), como a Dusseldorf, e um mesmo número de caixa postal como referência.

Antes do depoimento de Duda Mendonça, a CPI dos Correios pretende ouvir o ex-assessor especial da Casa Civil Marcelo Sereno, no dia 7 ou 8 de março, e o economista Lúcio Bolonha Funaro, ex-dono da corretora Guaranhus que repassou recursos para o PL. Os integrantes da Comissão querem saber os detalhes da relação de Sereno com os fundos de pensão de empresas estatais, que tiveram prejuízos de mais de R$ 700 milhões nos últimos cinco anos.

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