O publicitário Duda Mendonça disse, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, que, depois de receber, no início de 2004, R$ 1,4 milhão do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e outros R$ 3,8 milhões em dinheiro em espécie do então secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT, Delúbio Soares, foi informado pelo empresário que, se possuísse uma conta no exterior, ficaria "mais fácil" receber os débitos que o partido tinha com a agência de publicidade dele, a DM9.

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Dizendo que estava muito preocupado, na ocasião, em recolher o dinheiro, Duda Mendonça afirmou que procurou o BankBoston para se informar sobre a abertura de uma conta no exterior e que a instituição financeira enviou ao Brasil um profissional que trouxe a documentação para abri-la nas Bahamas.

"Passaram a remeter o dinheiro direto para o exterior. Pensam que eu recebi o dinheiro aqui e enviei para o exterior. Mas não tem nada disso", declarou oferecendo, em seguida, a quebra de sigilo bancário e fiscal.

Segundo ele, em determinado momento, as contas da área administrativa não batiam com os registros em posse da agência de publicidade SMP&B Comunicação, de Valério, responsável pelos pagamentos, em nome do partido.

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"Foi quando Deus entrou na conversa", declarou. Como as contas não batiam, a SMP&B enviou um fax para as empresas de Duda Mendonça, apresentando os comprovantes de depósito no valor próximo de R$ 10 milhões, o que comprovaria, segundo ele, a veracidade do relato. "Graças a Deus, nossa contabilidade achou no fundo do baú o fax da SMP&B e eu posso apresentá-los à CPI", afirmou.