O delegado-regional do Trabalho, Geraldo Serathiuk, afirmou que as informações sobre a queda do emprego industrial do Paraná devem ser analisadas de forma técnica, para que se entenda melhor as suas razões. ?O Paraná, que gerou 122 mil empregos em 2004, foi atingido fortemente pela seca, que levou a uma queda dos empregos no Estado em 2005, o que atingiu por conseqüência vários outros setores da indústria?, explica.

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Por isso, acrescenta, é preciso tomar cuidado quando se faz uma análise ou uma crítica sem mostrar a importância de cada setor na geração do emprego, levando em conta o peso de cada atividade econômica no número de empregos no Estado, bem como, na pauta de exportação, importação e nas vendas no mercado interno.

A indústria, por exemplo, é responsável por 23% dos postos de trabalho formal do Paraná e, dentro dela, cada cadeia produtiva industrial tem um percentual de participação. ?Assim, verificaremos que o Paraná continua sendo um estado dependente do modelo agro-exportador. Basta ver nossa pauta de exportação?, afirma o delegado.

Serathiuk sugere também a leitura da pesquisa MCM Consultores Associados, que mostra que a maioria dos setores continua competitiva, mesmo com o dólar no atual patamar, e relata que os setores que estavam acostumados a trabalhar com dólar alto, mas mudaram suas políticas de inovação tecnológica e de conquista de novos mercados, continuam a crescer.

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O delegado alerta que ?o Paraná continua sendo vítima da lei Kandir, que tirou a capacidade de investimento do setor público estadual e municipal, e da implantação de um modelo que beneficiou empresas internacionais e de agricultura de alta escala, com renúncia fiscal e de crédito, trazendo uma migração de 1.5 milhões de paranaenses do interior para as grandes cidades, concentração da terra no campo e a uma crise urbana sem precedentes, com aumento da criminalidade?.

De acordo com Serathiuk, é importante destacar que o Paraná gerou mais de 320 mil empregos nos últimos 3 anos e 5 meses, sendo 70% no interior do estado. ?Tivemos mudanças nas políticas de investimento, de crédito, fiscal e social e por isso é fundamental verificar que neste momento o setor indústria da metalurgia, mecânica, química, alimentação, construção civil e agricultura, voltaram a contratar mais do que em 2005, o que sinaliza que teremos um ano melhor do que 2005, quando fomos atingidos por uma forte seca?, conclui.

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