A Polícia Federal está chamando a atenção da sociedade pela altíssima produtividade de seus agentes. A última amostra foi protagonizada pelos agentes lotados no Paraná, com a prisão de 15 despachantes envolvidos numa fraude de domicílios, a fim de reduzir o valor do pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), com prejuízos aos Estados de São Paulo e Tocantins.
A fraude consistia na transferência de veículos emplacados em São Paulo para o Paraná, Goiás, Minas, Mato Grosso e Tocantins (50% para o Paraná), onde as alíquotas para pessoas físicas e empresas são menores. O rombo estimado chegou a R$ 300 milhões para a Secretaria da Fazenda paulista.
Com a cobertura dos despachantes, empresas de locação de veículos, vigilância ou transporte de encomendas expressas passaram a forjar, com documentos falsos, o funcionamento de filiais no Paraná e Tocantins, visando facilitar a transferência dos veículos e, assim, ludibriar o fisco.
Um arguto observador se impressionou ao constatar a grande quantidade de veículos a serviço das empresas citadas, emplacados nos estados vizinhos. A partir daí a PF e o Ministério Público começaram a investigar e descobriram mais um assalto aos cofres públicos com o indefectível ?jeitinho? brasileiro. Falta chegar aos mandantes.