O novo coordenador de campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, disse hoje, em entrevista, que apesar das últimas denúncias envolvendo petistas na tentativa de compra de dossiê para comprometer candidatos adversários, ainda será possível vencer no primeiro turno. Na avaliação de Marco Aurélio e de integrantes da campanha, o episódio do dossiê não prejudicará a candidatura e o partido.
"O povo brasileiro está maduro e repudia esse episódio como nós repudiamos", afirmou Garcia. Ele considerou uma extraordinária "anomalia" o que foi feito, com a participação de petistas, e disse que isso jamais foi uma prática do PT e muito menos do presidente Lula, lembrando que em 2002, quando foi oferecido o dossiê Cayman para prejudicar a candidatura de Mário Covas ao governo do Estado, Lula avisou o PSDB e jamais quis ter o dossiê na mão
"Foi uma grande estupidez, uma grande burrice e que por isso mesmo a campanha não terá mais esse setor de inteligência, de onde saíram os petistas responsáveis pela tentativa de compra DPs documentos. "Eles podem ter sido tudo, menos inteligentes", afirmou.
Garcia disse que a partir de agora, nesses 10 dias que restam para as eleições, será intensificada a campanha de Lula no sul e no centro-sul do País, terminando com grande comício em São Bernardo do Campo (SP). Ele disse que a coordenação vai trabalhar também para ajudar a eleger o máximo possível de aliados, seja da Câmara ou no Senado, "para montar uma boa base para a governabilidade no segundo mandato".
O coordenador criticou as declarações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, de que o episódio do dossiê é muito pior que o escândalo Watergate. Para Garcia, o presidente do TSE não poderia fazer esse tipo de afirmação. Segundo ele, foi uma "declaração impressionista, no mínimo exagerada, para não dizer com conotação partidária". "Não quero fazer juízo de valor, mas como presidente do judiciário ele não deveria fazer esse tipo de declaração", afirmou.