O Ministério Público suspeita que boa parte do R$ 1,75 milhão levantado para a compra do dossiê Vedoin provém de caixa 2 do PT e quer que a Polícia Federal intensifique as investigações sobre altas transferências de recursos do partido para as empresas do ex-assessor especial da Presidência Freud Godoy, ocorridas este ano. Novas diligências, sugeridas pelo procurador da República Mário Lúcio Avelar, têm por objetivo verificar de que diretórios vieram as transferências e o motivo.

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As principais hipóteses em estudo são de que o dinheiro teria vindo da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou da do candidato derrotado ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante. Caso a suspeita se confirme, haverá conseqüência política, pois a Lei Eleitoral torna o candidato – e não mais apenas o tesoureiro – responsável jurídico pelo crime de uso de caixa 2.

Freud foi chefe de segurança das quatro campanhas eleitorais do presidente Lula e desde 2003 tornou-se seu assessor especial. Só foi afastado do cargo, no fim de setembro, depois que o petista Gedimar Passos, do setor de inteligência da campanha de Lula, disse ter partido do ex-assessor a orientação para a compra do dossiê. O MP desconfia que as empresas de Freud podem ter sido usadas como fachada para movimentar dinheiro do caixa 2 petista.

Esta semana, a Justiça Federal de Mato Grosso decide o destino do novo pedido de quebra de sigilo bancário das contas de Freud e das empresas que ele comanda com a mulher, Simone – a Caso Sistema de Segurança e a Copes, de São Paulo.

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O juiz da 2ª Vara Federal, Jéferson Schneider, pediu à PF informações para subsidiar sua decisão. ?A prioridade é desvendar a origem do dinheiro e não se pode desprezar pistas?, disse Avelar, ao justificar o novo pedido. O primeiro foi rejeitado e o juiz só permitiu devassa nas contas pessoais de Freud.

O procurador também pediu que a PF investigue o encontro que ele manteve com o assessor especial da Presidência Rogério Aurélio Pimentel, logo depois da prisão de Gedimar e Valdebran Padilha com o dinheiro. Outro a ser ouvido é o petista Paulo Ferreira.

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Rastreamento feito pela PF a partir da quebra do sigilo telefônico da Caso registra uma intensa comunicação com o escritório do presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini (SP). Berzoini alega que os telefonemas foram para tratar do contrato do PT com a Caso para varredura nos telefones do comitê que estariam sendo alvo de grampos.