Uma cópia do dossiê supostamente elaborado pelo empresário Luiz Antonio Vedoin, envolvendo políticos do PSDB com a "máfia das ambulâncias", já está na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da comissão, esteve na sede da Polícia Federal nesta sexta-feira, de onde saiu com o DVD e com outros documentos sobre o caso, como os depoimentos à PF em Cuiabá e São Paulo e extratos bancários. O parlamentar destacou que os documentos são sigilosos.
Segundo Gabeira, o dossiê, que já está no cofre da CPMI, será lacrado e só será aberto depois das eleições. As discussões sobre os documentos deverão ocorrer a partir do dia 4 de outubro.
Origem do dinheiro
Para Fernando Gabeira, descobrir a origem do dinheiro apreendido – R$ 1,7 milhão, que seria utilizado para a compra do dossiê – é fácil: só depende do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério da Fazenda. Entretanto, o parlamentar admite até criar uma subcomissão para investigar o documento, caso nada seja esclarecido.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), também sub-relator da CPMI, disse que as contas de onde foi sacado o dinheiro para a compra do dossiê já foram localizadas. Segundo ele, seriam do Bradesco, do Banco Safra e do Banco de Boston.
De acordo com Sampaio, alguns dos documentos que já permitem identificar de onde veio o dinheiro são fitas e extratos de conta de retirada, sem o número da conta, mas com o nome do caixa. "Ou seja, daqueles que fizeram a identificação", explica.
Carlos Sampaio estranha a demora na divulgação da origem do dinheiro, mas prefere não apontar culpados. O deputado do PSDB quer que a CPMI mande um pedido ao Coaf, para que a investigação seja feita o mais rápido possível.
Depoimentos
A Polícia Federal ouviu nesta sexta-feira (22) três depoimentos de petistas envolvidos com a compra do chamado "Dossiê Vedoin": Jorge Lorenzetti, que trabalhava no Núcleo de Informação e Inteligência da campanha do presidente Lula; o ex-secretário do ministério do trabalho Oswaldo Bargas; e o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso.
Gabeira e Sampaio acompanharam parte desses depoimentos, cuja transcrição será enviada à CPMI das Sanguessugas.