Dados obtidos com a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos na operação de compra do dossiê Vedoin complicam a situação do presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini. Apontado como um dos ?aloprados? que tentaram comprar o material contra políticos do PSDB, Oswaldo Bargas – responsável por elaborar a parte relacionada a trabalho e emprego do programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – procurou insistentemente por Berzoini, então coordenador da campanha da reeleição, em dois dias decisivos da operação: 12 e 13 de setembro.

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Exatamente nessas duas datas, Bargas, que também foi secretário do Ministério do Trabalho quando Berzoini chefiava a pasta, estava em Cuiabá, onde acompanhou a entrevista que Darci e Luiz Antônio Vedoin deram à revista IstoÉ. Na ocasião, os empresários apresentaram acusações de irregularidades na administração tucana no Ministério da Saúde.

A quebra do sigilo mostra que, de 11 a 14 de setembro, os dois celulares atribuídos a Bargas (em um deles, ele mesmo registra seu nome na gravação de saudação da caixa postal) fizeram 16 ligações para números que Berzoini forneceu à Polícia Federal. Em outros três casos, há ligações do comitê de campanha do deputado, em São Paulo, para um dos celulares do ex-secretário do Trabalho. No total, são 19 ligações no período. Dessas, 11 têm duração inferior a 40 segundos e podem representar simples contatos ou recados na caixa postal. Quatro duraram mais de 1 minuto.

No dia 15 de setembro, Valdebran Padilha e Gedimar Passos seriam presos no Hotel Ibis, em São Paulo, com o R$ 1,75 milhão que compraria o dossiê Vedoin.

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Ao se afastar da presidência do PT, no início de outubro, Berzoini divulgou nota oficial informando que tinha conhecimento de que um integrante da campanha – Bargas – havia entrado em contato com uma revista para tratar de um assunto de interesse jornalístico, mas que jamais soube do tema a ser discutido na ocasião. Berzoini também nega envolvimento na operação financeira do dossiê. À PF, Bargas confirma a versão de Berzoini. Segundo o ex-secretário do Trabalho, o deputado não recebeu detalhes do caso, tendo sido informando apenas de que se tratava de ?coisa de campanha?.