O Ministério Público do Trabalho no Paraná vai ajuizar nesta sexta-feira (22) uma ação civil pública e uma ação civil coletiva na Justiça do Trabalho para obter a condenação dos responsáveis pelos trabalhadores encontrados, na semana passada, em condições análoga à de escravos.
Eles estavam na Fazenda Ponta Grossa, situada entre os municípios de Bocaiúva do Sul e Rio Branco do Sul (região metropolitana de Curitiba). A propriedade é da Construtora Andraus e outros sócios.
De acordo com o procurador Luercy Lopes, que cuida da investigação juntamente com o procurador Gláucio de Oliveira, o processo será encaminhado ao Ministério Público Federal, que vai apurar a responsabilidade criminal dos envolvidos por possíveis práticas de aliciamento, redução a condição análoga à de escravo, apropriação indébita previdenciária e outros delitos.
Os trabalhadores, informou, haviam denunciado que outros 19 companheiros ainda estão na região e 40 já voltaram para o município de Palmital, onde reside a maioria deles, com recursos enviados pelas famílias. "Todos os casos estão sendo investigados e os trabalhadores deverão receber o pagamento de salários atrasados e verbas rescisórias", disse o procurador.
Cerca de 30 trabalhadores aguardam a decisão judicial em uma casa alugada nas proximidades da fazenda. "Casos de trabalho escravo devem ser investigados com cautela, porque são muitos os envolvidos. O trabalho normalmente é terceirizado", lembrou Lopes, acrescentando que "cada envolvido tenta se justificar sob a alegação de desconhecimento das irregularidades cometidas".