Quem poderia imaginar que o Dollar iria quebrar a face justo no Brazil. E logo de que maneira! Nada higiênica. Se nas cédulas dolláricas estivessem estampadas as caras de Jorginho Diablio Arbusto, Franklin Rose, Truman Atômico e outras figuras congêneres, até seria bem feito acontecer o que dias passados aqui na nossa terra aconteceu com uma porção de Dollars.
Porém, personalidades como George Washington e Benjamin Franklin não merecem isso.
Lá no Paraíso do Norte, os gangsters não ficam restritos à Chicago, segundo a velha e clássica imagem cinematográfica. Como lá é a terra das infinitas possibilidades, eles chegam, democraticamente ao governo, e até à presidência! Coisas que aqui, na Terra de Santa Cruz credo, graças ao deus Tupã, não acontecem.
De repente, aquele pedaço de papel verde-esperança, o Dollar, aquele boleto almejado para se poder obter, uma fatiazinha que fosse, do Paraíso, aqui começou a ser desvalorizado. E agora também desmoralizado. Num phuturo breve, os nativos daqui se nortearão ao Euro. Não mais serão dollaristas, serão euroristas.
Ter Dollars ou andar com eles ostensivamente, já está sendo brega, Parece-me que há pouco tempo atrás se dizia cafona. Não levo mesmo sorte com gíria. Quando resolvo usar uma expressão assim, ela já está fora de moda. Está antiquada.
Já não se esconde o money do Uncle Sam por medo de assalto. Mas porque é ?out? deixar os outros saberem que ainda se está com estas estrelas cadentes e caducas nas mãos.
Até os grandes e costumeiros fazedores de tramóias daqui já estão constrangidos e com vergonha de carregar abertamente aqueles até agora tão venerados verdes salvo-condutos, impressos pelo Pig – Brother nortenho.
Tivemos, dias passados, um triste, muito triste, caso que bem ilustra o que eu aqui digo.
Derrocadas são sempre deprimentes. Deuses que caem ou são derrubados dos seus divinos pedestais, caem no escárnio, são moral ou imoralmente linchados e cuspidos.
Eis aí como essa rápida desvalorização do Dollar, involuntariamente aqui desencadeou também a sua desmoralização.
Pois foi apenas este o real motivo que levou aquele cidadão a esconder seus Dollars na própria cueca. Transformou os Dollars em estofo de cueca. Mas também num ainda bom e garantido fundo de garantia.
E lá vai a turma, com mãos de muitos dedos, correndo e em coro cantando:
?Pernas para que te quero. Cuecas, para que te preciso!?
Ivahy Detlev Will é da Academia de Letras do Vale do Iguaçu – União da Vitória-PR.