O dólar reverteu a queda da manhã e já sobe 0,68% para R$ 3,539 com as declarações do secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, e do chanceler britânico, Jack Straw, de que seus países não vêem necessidade para a continuidade dos trabalhos dos inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas) que estão no Iraque _como defendem França e Alemanha_ antes de pedir ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução para o desarmamento do país controlado por Saddam Hussein.
Além disso, o secretário disse confiar em conseguir apoio a uma ação militar. “Eu não penso que temos de nos preocupar em ir sozinhos [para a guerra contra o Iraque devido à oposição da França _membro permanente do Conselho de Segurança da ONU_ e da Alemanha]. Eu tenho certeza de que temos uma coalizão forte.”
As declarações, que fortalecem a possibilidade de uma declaração de guerra já na próxima semana – quando os inspetores de armas da ONU entregarem o relatório preliminar sobre o Iraque – ofuscaram a notícia de que o Banco do Brasil concluiu uma captação de US$ 100 milhões no exterior, anunciada há pouco.
Durante toda a manhã, o dólar caiu com a entrada de dólares vendidos pela Telefónica por meio do Citibank. A operadora de telefonia na noite de ontem anunciou a captação de US$ 250 milhões no Japão.
Os investidores brasileiros já vêm embutindo desde o fim da semana passada a possibilidade de uma guerra no preço do dólar, que na última semana interrompeu uma trajetória de queda que perdurava desde a virada do ano e saltou 6,3%.
Entretanto, as declarações de Powell e Straw hoje foram enfáticas e sinalizaram que nem o veto prometido pela França no Conselho de Segurança da ONU possa impedir um ataque no curto prazo.
Powell afirmou que a próxima segunda-feira, dia 27, “não é um prazo final” para o desarmamento do Iraque, mas é uma “data muito fundamental”. Os EUA, que acusam o Iraque de manter armas de destruição em massa, acreditam que com o relatório preliminar da ONU em mãos outros países adeririam a uma incursão militar para desarmar o Iraque.
A possibilidade de uma guerra na região, onde estão concentrados os maiores países exportadores de petróleo do mundo, tem pressionado fortemente ps preços do produto. A concretização da guerra poderia provocar uma nova crise nos preços do produto e ameaçar a recuperação econômica mundial.
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