A expectativa em relação à reunião do banco central americano, que define hoje o nível da taxa de juros nos EUA, é o diferencial dos negócios do mercado cambial doméstico nesta quarta-feira. Esse ingrediente levou o dólar à vista a abrir em alta de 0,30% no pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) cotado a R$ 2,028, às 9h05.
Ontem o Banco Central brasileiro teve atuação "agressiva" – segundo cálculos do mercado, as compras de dólares teriam somado cerca de US$ 2 bilhões ontem. Mas a receita básica do dia-a-dia do mercado de câmbio segue a mesma: a tendência das cotações do dólar é de queda e o grosso das compras parte do Banco Central em seus leilões surpresa.
No início da noite de ontem, a autoridade monetária anunciou que acumula prejuízo de R$ 2,057 bilhões decorrente das intervenções no câmbio este ano. Em abril, foram R$ 335 milhões. Os dados podem até levantar discussões sobre o fôlego do BC para sustentar essa agressividade das suas intervenções, mas, por enquanto, essas eventuais avaliações não devem abalar a convicção a respeito da presença da autoridade monetária nos negócios.
Assim, apesar da abertura e de uma maior cautela nas transações, o tom dos negócios esta quarta-feira não deve ser muito diferente dos últimos dias. Espera-se que o fluxo seja positivo, empurrando as cotações para baixo, e que o BC enxugue esses recursos, evitando quedas maiores. Enquanto isso, os investidores aguardam uma oportunidade para a realização de lucros que leve o dólar a subir. Esse momento, na avaliação de especialistas ocorreria em dia que reunisse fluxo estável ou negativo, estresse no exterior e BC atuando.
Uma surpresa do banco central americano poderia criar esse ambiente, mas ninguém está fazendo apostas em decisões inesperadas. O mercado acredita que o comitê de mercado aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano) manterá o juro básico nos EUA em 5,25% ao ano.
