Depois de oscilar em baixa durante a primeira parte dos negócios o dólar iniciou a tarde devolvendo gradualmente a queda e encerrou na máxima do dia, em alta de 0,05%, cotado a R$ 2,144, tanto no mercado interbancário (dólar comercial) quanto no pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros (dólar negociado à vista). Nos dois casos, a mínima do dia foi de R$ 2 136.
Segundo operadores consultados, a moeda norte-americana virou o sinal porque as tesourarias passaram a ajustar posições após os dados de câmbio dos bancos em outubro, cuja posição comprada diminuiu para US$ 689,6 milhões ante uma posição comprada no fim de setembro de US$ 2,419 bilhões, uma queda de 71,52%. "Essa redução ficou acima do que o mercado computava", justificou um operador para explicar a movimentação das tesourarias na compra.
Além disso, o volume das reservas do País ontem aumentou para US$ 78,196 bilhões no conceito de liquidez internacional e em todo o mês de outubro as reservas tiveram uma elevação de US$ 4 866 bilhões – superaram o recorde histórico anterior de US$ 74 656 bilhões alcançado em abril de 1998. Como em outubro o fluxo cambial ficou positivo em US$ 3,187 bilhões, significa que o BC comprou mais em mercado do que o fluxo cambial registrado no mês passado.
"Esses dados mostram que o BC atuou com força na compra em outubro, que não está preocupado com o aumento das reservas, ao contrário, tem disposição para enxugar o fluxo cambial e ainda comprar mais, tudo indica, visando dar sustentação ao dólar", comentou um operador.
Embora ainda não tenham apurado o volume da compra de dólares pelo BC no leilão de hoje, esses profissionais disseram que o apetite da autoridade nas últimas operações foi grande (inclusive no mês de outubro como um todo) e gerou expectativas sobre a atuação hoje, favorecendo ainda a aceleração do dólar.
No leilão, o Banco Central aceitou cerca de quatro propostas à taxa de corte de R$ 2,1424 – abaixo da taxa do dólar naquele momento, que estava estável em R$ 2,143.