O dólar comercial fechou nesta quinta-feira (31) cotado em R$ 2,145, com valorização de 0,33%, após oscilar entre a mínima de R$ 2,131 e a máxima de R$ 2,146. No mês, a moeda acumulou queda de 1,43% e, no ano, baixa de 7,74%. No pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista terminou em alta de 0,28%, valendo R$ 2,144.
Embora ontem e hoje a moeda americana tenha subido, demonstrando certa força dos "comprados" na rolagem de dólar futuro (ou seja, investidores que apostam na alta da cotação até o vencimento do contrato futuro de dólar), segundo um operador de câmbio, os "vendidos" (que apostam na queda) aparentemente ganharam a acirrada disputa de fim de mês nessa rolagem no mercado futuro uma vez que o dólar em agosto acumulou queda de 1,43% – passou de R$ 2,175 em 31 de julho para R$ 2,144 hoje. O corte surpresa de 0,50 ponto porcentual da taxa Selic ontem, para 14,25% ao ano também justificou em parte o ajuste da moeda hoje, já que a maioria havia precificado uma redução de 0,25 ponto porcentual.
Como o PIB brasileiro do segundo trimestre forneceu boa parte da justificativa para o Copom manter o corte de 0,50 pp, o mercado não teve maiores sobressaltos hoje. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o resultado do PIB (expansão de 1,2%) ficou abaixo até das previsões mais pessimistas (1,5%). Praticamente sustentado pelo mercado interno, o PIB sofreu com a queda dos investimentos e diminuição do ritmo das exportações (enquanto as importações cresceram).
A notícia de que a agência de classificação de risco Moody’s elevou o teto do rating do Brasil, por causa da queda na vulnerabilidade do crédito externo, foi bem recebida nas mesas de câmbio. Além disso, o cenário externo calmo abriu espaço para os investidores se concentrarem na disputa pela ptax (taxa média do câmbio, que é usada na liquidação de contratos com vencimentos no fim de cada mês). "Os vendidos não conseguiram levar a taxa média do dólar até R$ 2,130, como desejavam, mas ela deverá ficar entre R$ 2,137/R$ 2,138", arriscou um profissional.
O leilão de compra do Banco Central, secundariamente, também ajudou a dar sustentação à alta da moeda. No leilão, o Banco Central voltou a aceitar quatro propostas, à taxa de corte de R$ 2,1445. Segundo um operador, foram apresentadas 15 apresentadas com taxas de R$ 2,142 a R$ 2,147. Depois do leilão, o dólar renovou as máximas.