São Paulo – O dólar comercial fechou ontem em alta de 0,27%, cotado a R$ 2,940 na compra e R$ 2,942 na venda. O clima foi tranqüilo no mercado interbancário, apesar da leve pressão compradora. Já o C-Bond atingiu novo recorde histórico, sinalizando que a demanda externa por ativos brasileiros continua elevada. O título subia 0,38% no final da tarde, cotado a 98,12% do seu valor de face. O risco-país caiu 3,60%, para 481 pontos-base.

Operadores afirmam que o mercado de câmbio adotou um tom cauteloso diante da proximidade do final do ano. Nesta semana o Banco Central (BC) decidirá sobre a renegociação de uma dívida pública de US$ 1,2 bilhão, vincenda no dia 18. Nos últimos dias do mês o BC decidirá sobre um outro vencimento, de US$ 2,7 bilhões. A expectativa é de que as dívidas tenham apenas um pequeno percentual renegociado, o que significa menor oferta de dólares no mercado.

“Espera-se que a partir desta semana aumente o volume de remessas de empresas com compromissos no exterior. Esse é outro fator que contribuiria para uma apreciação do dólar nesta semana!, disse Sidnei Moura Nehme, diretor da corretora NGO, que mantém a previsão de um dólar a R$ 3, no final do mês.

O mercado aguarda a chegada de parte dos recursos captados na semana passada por bancos e empresas. As captações dos últimos dias superam US$ 1,2 bilhão, volume suficiente para amenizar boa parte da pressão por dívidas externas. Operadores afirmam, no entanto, que a tendência é diminuir o ritmo de captações daqui para a frente.

Já as taxas de juros negociadas no mercado futuro fecharam em baixa generalizada, mostrando a intensificação das apostas em um corte entre 1 e 1,5 ponto percentual na taxa Selic. A queda foi favorecida pela notícia do recuo de 0,5% na produção industrial em outubro, depois de três altas consecutivas.

Com a economia mais lenta que o esperado, os investidores passam a apostar na queda dos juros como forma de incentivo à atividade do País. Nos negócios na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro, que projeta a Selic deste mês, fechou em 16,62% ao ano, contra 16,68% do fechamento de sexta-feira. O DI de julho passou de 15,73% para 15,59% anuais. A Selic é hoje de 17,50% ao ano.

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