O câmbio abriu hoje em queda, sustentado pelos mais de US$ 900 milhões que foram adquiridos ontem pelo Banco Central (BC), segundo cálculos de profissionais do mercado. O dólar comercial começou o dia cotado a R$ 2,107, com desvalorização de 0,05%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista valia R$ 2,107 na abertura, em baixa de 0,01%.
No exterior, a moeda norte-americana vive mais um dia de enfraquecimento caindo ante o iene e o euro. Mais cedo, a moeda européia já chegou a superar US$ 1,31. As bolsas operam em alta, ainda que moderada pela ansiedade que cerca o depoimento que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, fará sobre as condições da economia norte-americana no Comitê de Bancos do Senado dos EUA.
O forte volume de dólares comprado pelo BC deve ter influência limitada no mercado pois, segundo operadores, explica-se pelo fluxo, que teria sido amplamente positivo pelo segmento financeiro. Outros operadores afirmam que ainda que o fluxo tenha sido favorável, boa parte das operações com dólar decorrem de arbitragem e isso limitaria ainda mais o efeito das atuações do Banco Central.
De qualquer forma, a determinação mostrada pelo BC no leilão de ontem sinaliza que há empenho em enxugar os excessos de liquidez sustentando o máximo possível a cotação da moeda norte-americana. Além das compras no mercado à vista, ontem houve o leilão de swap cambial reverso, na qual a autoridade monetária faz a rolagem de contratos derivativos que vencerão no dia 1º de março, num total de US$ 450 milhões. Esse leilão trata-se de uma operação de troca de posições em câmbio por juros. Na prática, com o leilão de swap o BC retira parte dos dólares do mercado e segura um pouco a valorização do real.
Além da fala de Bernanke, o mercado de câmbio tem vários indicadores internacionais previstos na agenda de hoje que podem criar oportunidades de negócios.