A taxa de câmbio começou o dia praticamente estável. No pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista foi cotado a R$ 2,038, leve alta de 0,02% em relação à taxa do final da sessão de quarta. No mercado interbancário, o dólar comercial abriu estável, a R$ 2,038.
O efeito do tom conservador da ata da reunião de março do comitê de mercado aberto do banco central americano (Fed), divulgada ontem à tarde, deve continuar a limitar a queda do dólar no mercado doméstico hoje. O documento trouxe de volta os alertas sobre inflação e crescimento econômico nos EUA e provocou uma correção expressiva em todos os mercados, que prossegue nesta manhã.
Diante da volta da cautela no cenário internacional, operadores acreditam que os investidores vão se proteger, o que pode significar mais algum ajuste para cima da cotação do dólar. A cotação do dólar já mostrava alta ontem, no entanto, antes da divulgação da ata. Operadores atribuíam esse movimento, entre outros fatores, à mudança na diretoria de Política Monetária do Banco Central. A substituição de Rodrigo Azevedo por Mario Torós gerou a especulação de que o Banco Central estaria inclinado a operar mais com instrumentos de derivativos para amenizar a queda do dólar.
Embora o presidente do BC, Henrique Meirelles, tenha negado que essa mudança na diretoria indique alteração na política cambial, o mercado segue com a "pulga atrás da orelha". "O mercado fica esperando alguma surpresinha", afirma um operador.
Profissionais reafirmam, no entanto, que mesmo que a moeda norte-americana volte a subir hoje, não há como negar que a tendência da cotação continua sendo de queda. Há fluxo de recursos, tanto pelo segmento financeiro (por exemplo, por meio do lançamento de ações na Bovespa, que continua acontecendo, ainda que em menor escala do que há algumas semanas) como pelo segmento comercial (exportações).