O mercado de câmbio elevou a taxa do dólar hoje na abertura dos negócios, diante da inquietação nos mercados internacionais com o nível dos juros globais. Ontem, no final da tarde, o pregão eletrônico da Bolsa de Mercadorias & Futuros já tinha dado início a esse movimento de alta. No primeiro negócio fechado esta manhã no pregão viva-voz da BM&F, às 9h50, o dólar à vista saiu a R$ 2,263, uma valorização de 1,03% em relação ao final do dia ontem
Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje cedo, o Banco Central pondera que o cenário externo aumenta a incerteza sobre a inflação e que, se houver exacerbação do risco a política monetária será prontamente adequada. Vale destacar que, de ontem para hoje, dois países emergentes foram obrigados a ajustar juros em decorrência das mudanças de ambiente: a Turquia (+1,75 ponto porcentual) e a Coréia do Sul (+0,25 pp)
A decisão da Turquia foi bem recebida pelo mercado doméstico e investidores internacionais. Os especialistas ponderam que o país agiu prontamente e mostrou disposição de manter a estabilidade. A medida era aguardada. Já a Coréia subiu a taxa, sinalizou continuidade do aperto e surpreendeu. Ainda assim, o Banco Central coreano afirmou que a economia continua em boa forma, com as exportações e o consumo privado mantendo expansão. Entre os desenvolvidos, duas decisões dentro do previsto, esta manhã: o BC inglês manteve o juro em 4,5%; o BC europeu elevou a taxa da zona do euro em 0,25 ponto porcentual, para 2,75%.
Mas uma boa notícia interna e que afeta diretamente os negócios do mercado financeiro pode amenizar o impacto do nervosismo internacional no mercado doméstico esta manhã: ontem à noite, o Senado finalmente aprovou a Medida Provisória 281, que isenta de imposto de renda as aplicações de estrangeiros em títulos públicos.
Ontem, o BC divulgou os dados do fluxo cambial e, embora as transações comerciais tenham sido as principais responsáveis pelo estrondoso resultado positivo (US$ 7,504 bilhões) houve saldo positivo pelo segmento financeiro. Alguns analistas atribuíram isso, em parte, às entradas de recursos para investimento em títulos. Isso mesmo em meio às turbulências internacionais.