Se a cotação do dólar continuar em torno de R$ 2,70 poderá "complicar o crescimento das exportações brasileiras" em 2005, na opinião do vice-presidente Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. "O ideal seria que a cotação continuasse por volta dos R$ 3,00". Mesmo assim, a associação aposta que as exportações brasileiras continuarão crescendo, mas menos do que neste ano."Existem muitos fatores que devem atrapalhar as nossas exportações, a dificuldade é saber o quanto", diz.
"A China anunciou que deve diminuir o seu crescimento, que neste ano foi de 9,3%. A China é hoje o segundo maior comprador mundial", explica. Outro empecilho, segundo ele, é a adoação de possíveis medidas protecionistas da Argentina e dos Estados Unidos.
Entre os obstáculos internos, Castro cita as altas taxas de juros, "que desestimulam os investimentos tanto internos quanto externos". Para Alessandro Teixeira, o vice-presidente da Agência de Promoção das Exportações do Brasil (Apex), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil, por representar menos de 1% do comércio internacional, pode aumentar suas exportações mesmo se houver pequenas variações externas. "Mesmo que a China, por exemplo, diminua em 30% as suas importações, o Brasil tem como dobrar suas exportações para aquele pais", avalia.