A desvalorização do dólara norte-americano frente ao realpode influenciar o setor industrial do país com a redução das áreas de produção, uma vez que as empresas podem optar por importar os materaisnecessários em vez de produzi-losno Brasil. A avaliação é do professor de finanças do IBMEC, Ruy Quintans.

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Em entrevista hoje (7) ao Programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, ele afirmou que o país corre risco de desindustrialização. Certamente há o risco e esse é um dos fatores que vão influenciar nesse aspecto, porqueo câmbio da China não é livre. Há um ano, esse paísfez uma tentativade liberar o câmbio, mas retornou rapidamente, porque para ela é importante ter a arrecadação de receita com exportação", disse "Então, ela fixa um câmbio artificialmente baixo. Isso causa um problema muito gravepara o Brasil, considerando, principalmente, um fator deprodução na China que é amão-de-obramuito barata.

Segundo Quintans,que há cerca de 12 anos, desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, a fixação do câmbio é uma atividade específica da política macroeconômica brasileira. Naquela época, acrescenta o professor, haviaparidade entre a moeda dos Estados Unidos e a brasileira.

Com o passar do tempo, o câmbio foi sendo liberado medidaque os preços foram se estabelecendo. Hoje háum câmbio razoavelmente livre, no qualo governo intervém eventualmente na compra e venda de moeda, na medida da real necessidade do equilíbrio das contas brasileiras.

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Para o professor,o câmbio supervalorizado traz "sérios problemas" para a exportação, porque os preços e produtos ficam menos competitivos. Em compensação melhora muito para a importação.Ter uma moeda forte para a balança de pagamentos não é bom, mas é o estabelecimento da realidade das coisas.

Quintans avaliaque a entrada de dólares no país em conseqüência do alto nível dos juros é um dos fatores fundamentais para o grande volume de moeda norte-americana no país. Isso é uma armadilha que não tem saída na medida em que o governo não tem nenhum ajuste. Isso ficou claro no Programa de Aceleração do Crescimento: não há nenhuma proposta no sentido de redução significativa da taxa de juros. O governo não cortou o seu custeio. Então, aumenta a oferta de moeda e a gente fica nesta armadilha de câmbio supervalorizado.

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De acordo com ele,nesse quadro não há possibilidade de crescimento da inflação. Não há espaço, principalmente por causa da taxa de juros. Isso dá uma enxugada forte na liquidez e se mantém a economia numa espécie de recessão branca", afirmou, acrescentando que essa situação deve permanecer."Porque, não obstante o fato de não ter inflação, em compensação [a economia] também não cresce. A inflação é um sintoma de crescimento econômico. Toda economia que cresce, e cresce razoavelmente rápido, tem necessariamente uma descompensação de produção e consumo gerando, com isso, a inflação. No nosso caso não há risco no horizonte não.