O câmbio começou a quarta-feira em baixa, beneficiando, ainda, de uma leitura favorável feita das palavras do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, e do fortalecimento que elas podem provocar no dólar no mercado global e nas bolsas de países desenvolvidos. Apesar dos membros do Fed esboçarem preocupações com a inflação, eles avaliaram tranqüilamente o recuo da atividade econômica e acalmaram os mercados. O dólar negociado no pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) abriu em queda de 0,37%, cotado a R$ 2,178.
Ao final de um mês de valorização do dólar, o cenário externo conturbado e as declarações de Bernanke mostrando preocupação com a inflação da maior economia global, provocam volatilidade no mercado internacional e no doméstico de câmbio e caem "como uma luva" nas mãos dos investidores que entram na briga pela formação da ptax que liquidará os contratos futuros de dezembro.
Habitualmente, no penúltimo e o último dia do mês as operações com dólar são bastante influenciadas pelos vencimentos dos contratos futuros e os investidores utilizam as informações disponibilizadas pelo noticiário para defender suas posições. Hoje, além das falas dos diretores e do presidente do Fed, ontem o mercado conta com uma lista de indicadores relevantes da economia norte-americana para fazer as cotações oscilarem.
O mesmo ocorre com o destaque da agenda interna: a divulgação do resultado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano. De ontem para hoje cresceram ainda mais as apostas em corte de 0,5 ponto porcentual, que já eram majoritárias, mas não consensuais. Com uma redução de meio ponto a Selic passaria para 13,25% ao ano.
