Dois funcionários do Instituto Butantã, de São Paulo, que realizavam pesquisas numa fábrica da Sadia na cidade de Uberlândia-MG, foram encontrados mortos na manhã de hoje dentro do laboratório da empresa. Os dois teriam caído dentro de um tanque de ácido acético.
Morreram o técnico de laboratório, Mauro Celso de Oliveira, 30 anos, e o farmacêutico Márcio Cruz Inácio, 35 anos. Os dois estavam cedidos pelo Butantã para a realização de pesquisas onde extraiam uma substância de pulmões de suínos, conhecida como surfactante pulmonar, que é empregada pelo Instituto na fabricação de medicamento usado no tratamento de recém-nascidos com problemas respiratórios. Os pulmões e o laboratório, de aproximadamente 40 m2, eram cedidos pela Sadia, ficando para o Instituto Butantã toda a responsabilidade pelo processo de extração e produção do surfactante.
A mulher de Mauro, Rejane Aparecida Silva de Oliveira, que também trabalha no laboratório como auxiliar de limpeza, contou no início da noite que seu marido costumava chegar em casa por volta da meia noite. De segunda para terça-feira ele não apareceu. Tentou contato no celular, mas não conseguiu. Apesar disso, resolveu esperar até o dia amanhecer, quando foi ao laboratório e encontrou a porta da frente aberta. Ao entrar encontrou os dois caídos dentro de um tanque com cerca de 1,80 metro de altura por 1,80 metro de diâmetro e que estava cheio de ácido acético.
De acordo com informações da Polícia Civil mineira, todas as hipóteses serão investigadas, até mesmo a de duplo homicídio. Porém, no início da noite, o Instituto Médico Legal de Uberlândia, informou que a causa da morte foi por asfixia proveniente do produto ácido acético.
Uma das teorias é de que um deles tenha passado mal e caído no tanque. O companheiro, ao tentar ajudar, não agüentou o contato com o produto e também acabou caindo e morrendo.
Em nota oficial, a Sadia confirmou e lamentou o acidente afirmando que as causas do acidente já estão sendo apuradas e que "tão logo a Sadia tenha mais informações, elas serão prontamente repassadas à imprensa". Também informa que "solidariza-se com os familiares dos colaboradores, aos quais está prestando toda a assistência necessária".