Há condições para um progresso real nas negociações globais de comércio, disse ontem a representante dos Estados Unidos para Comércio Exterior, Susan Schwab. Os Estados Unidos, segundo ela, estão dispostos a negociar o corte de subsídios internos à agricultura, se outros países oferecerem, como contrapartida, ?suficiente acesso a mercados para garantir equilíbrio no resultado?.
A principal negociadora americana mostrou cauteloso otimismo quanto à miniconferência ministerial marcada para amanhã cedo, em Davos, em novo esforço para desencalhar a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, chegou ontem à noite para o encontro. O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, e mais 25 ministros deverão comparecer. A Rodada Doha, lançada em 2001, envolve 150 países.
?A questão-chave?, segundo Susan Schwab, ?é a seguinte: que podemos realizar de substantivo em termos do processo que adotaremos para avançar a partir de agora??Estados Unidos, Brasil e União Européia têm-se envolvido em conversações bilaterais com vários parceiros, lembrou a secretária. O negociador brasileiro Roberto Azevedo esteve nos Estados Unidos e na Índia nos últimos dias. ?Esperamos que em algum momento possamos juntar tudo e ver o contorno, o formato daquilo que poderá ser um avanço [na Rodada]?, disse Schwab.
Mas ela prefere não definir um prazo, ?porque a Rodada Doha já teve muitos?. Admite, no entanto, haver agora um sentimento de que as coisas podem avançar. ?Podemos tentar construir com base nisso e alcançar um resultado nos próximos meses?, disse ela.