Dois integrantes da Al-Qaeda contrabandearam explosivos em vôos que partiriam de Manila e Hong Kong, em 1994, como parte de um plano fracassado da rede terrorista para explodir 12 aviões americanos, de acordo com um documento confidencial obtido pela agência Associated Press. O documento mostra como a Al-Qaeda testava a segurança dos vôos americanos, na Ásia, e detalha uma das ações assumidas pelo paquistanês Khalid Sheikh Mohammed, que afirmou ter sido o mentor dos ataques de 11 de Setembro.

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"Eu fui responsável pelo planejamento e pelas investigações necessárias para executar a Operação Bojinka, que tinha o objetivo de derrubar 12 aviões americanos cheios de passageiros" informou Mohammed, acrescentando que chegou a monitorar um vôo de Manila a Seul, com a ajuda de seu sobrinho, Yousef.

O Departamento de Defesa dos EUA divulgou na quarta-feira a transcrição de um depoimento prestado por Mohammed na prisão de Guantánamo, em Cuba. Na ocasião, o integrante da Al-Qaeda teria assumido a autoria total ou parcial de 31 planos terroristas em todo o mundo.

O documento confidencial sobre o interrogatório de Mohammed foi compartilhado pelos EUA com autoridades das Filipinas e forneceu detalhes de seus planos para contrabandear explosivos para dentro de um vôo de Manila a Seul. Ele explica também como o sobrinho de Mohammed conduziu o mesmo teste em um vôo de Hong Kong a Taipei, em 1994. A Associated Press obteve uma cópia do documento sobre o interrogatório realizado em abril de 2003, enquanto o paquistanês estava sob a custódia dos EUA.

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De acordo com o texto, Mohammed admitiu ter embarcado em um dos vôos portando uma bagagem de mão que continha nitrometano concentrado. O explosivo estaria, segundo ele, armazenado em 13 garrafas de solução para lentes de contato. Mohammed disse ainda que Yousef também chegou a embarcar com uma dessas garrafas no vôo que partiria de Hong Kong. O paquistanês informou que os explosivos utilizados nos testes eram comprados nas Filipinas.