Brasília (AE) – O assessor jurídico da Câmara dos Deputados, Marcos Cezar Vasconcelos, afirmou que o presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE), está convicto de que é falso o documento apresentado pelo empresário Sebastião Buani à Polícia Federal. O empresário denunciou ter pago propina ao deputado para explorar os restaurantes da Câmara, quando Severino era o primeiro-secretário da Mesa Diretora. O pagamento teria sido feito entre os anos de 2002 a 2005, num total de R$ 110 mil. O documento apresentado pelo empresário teria sido assinado por Severino prorrogando irregularmente a concessão para exploração dos restaurantes.
Vasconcelos passou o sábado reunido com Severino, em Brasília, junto com outros assessores da Casa. O advogado de Severino, José Eduardo Alckmin, também participou da reunião. No encontro, Severino recebeu detalhes das denúncias feitas por Buani e do documento apresentado pelo empresário. Severino retornou hoje ao Brasil, depois de participar, em Nova York, II Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos.
"O documento é falso. Não é a assinatura do presidente Severino", disse Vasconcelos. O assessor afirmou que na entrevista que Severino concederá amanhã (11) ele vai esclarecer as denúncias. "Há uma conspiração imensa. Ele (Severino) quer esclarecer a campanha sórdida que está se movendo contra a pessoa dele", disse Vasconcelos, que desqualificou Buani. "Esse empresário desonesto pode estar servindo, por se desonesto, de instrumento de outras forças. Eu acredito nisso", afirmou o assessor, sem precisar que forças seriam essas. "Talvez quem não queira o presidente lá (na Presidência)", ressaltou.
Para Vasconcelos, a revista "Veja" escreveu uma "história mirabolante" com base em um documento apócrifo como se fosse verdadeira e sem nenhuma prova. "A prova é a palavra de um cara que acabou de perder o contrato com a Câmara para exploração de restaurantes por inadimplência. Ele está devendo mais de R$ 150 mil só em multas e não paga. Está devendo os aluguéis e também não paga", disse Vasconcelos.
O assessor ainda afirmou que Buani procurou funcionários da Câmara dos Deputados tentando fazer "acordos espúrios" para renovar o contrato fora das normas legais da Casa. Ele lembrou que o empresário não apresentou o cheque que teria sido dado a Severino a título de propina e que teria sido descontado pelo motorista dele "porque não existe esse cheque". "Afirmo isso com convicção", finalizou.