O documentário Comandante, do diretor americano Oliver Stone, que tem como tema a personalidade do presidente de Cuba, Fidel Castro, foi excluído do Festival Internacional de Cinema de Miami por temor aos protestos dos exilados anticastristas.
“Temos que fazer um programa para esta comunidade, não para o gosto de qualquer um”, afirmou a diretora do festival, Nicole Guillemet.
O filme de 90 minutos, produto de mais de 30 horas de conversação com Fidel, estreou na semana passada em um festival cinematográfico no estado de Utah.
A cadeia de televisão americana HBO anunciou sua apresentação em maio pela tevê a cabo.
Stone assegurou que, embora o governante cubano tenha evitado responder diretamente a várias de suas perguntas, “é sempre difícil dizer o que é evasivo ou não com ele porque até sua capacidade de fugir das perguntas é sempre encantadora”.
O governante cubano manifesta no documentário que se considera como “um ditador de mim mesmo e um escravo do povo”.
Em outras cenas do filme, repleto de closes dos olhos, das mãos e até das botas de Castro, este se define como “um prisioneiro” e assegura que seu escritório “é minha cela”.
Um momento jocoso do documentário é quando Stone se oferece para introduzir um carregamento de Viagra em Cuba. “O que você quer, então, é matar o inimigo com ataques do coração”, responde o presidente cubano.
“Fidel é uma figura magnética e carismática. Um astro de cinema”, observou Stone.
Em lugar de Comandante, a audiência do festival de cinema de Miami poderá apreciar um antigo e aclamado documentário, o Balseros, sobre as peripécias dos cubanos que estão dispostos a lançar-se ao mar para tentar chegar ao território dos EUA.