São Paulo – O número de cheques roubados, fraudados e clonados dobrou no país nos últimos dois anos. Dos 49 milhões de cheques devolvidos em 2003, 980 mil tinham como causa roubo, fraude ou clonagem, segundo estatísticas da Associação Brasileira das Empresas de Informação, Verificação e Garantia de Cheques – Abracheque.
Em 2001, este número foi de 410 mil. Depois do varejo, quem mais sofre com a clonagem é o cidadão que teve o nome utilizado na fraude, pois os bancos não se responsabilizam pelo pagamento de cheques falsificados.
De acordo com a Abracheque, há dois tipos de clonagem. Na manual, os fraudadores utilizam uma folha de cheque verdadeira, mas trocam nome e números do RG e do CPF. Na clonagem mecânica é utilizada a impressão a laser de folhas de cheque em nome de usuários verdadeiros ou não. Isto ocorre, por exemplo, quando o consumidor emite um cheque que posteriormente é roubado por fraudadores ? a partir das informações constantes no cheque roubado, são emitidas outras folhas falsas.
A falsificação costuma ocorrer também com cheques roubados. No caso de cheques não preenchidos, os ladrões falsificam assinaturas. Nos cheques já preenchidos, os valores são alterados.
Quem acaba pagando a conta é a vítima da fraude, alerta o presidente da Abracheque, Carlos Pastor. ?O Artigo 39 da Lei 7357 é claro ? o banco sacado responde pelo pagamento do cheque falso, falsificado ou alterado?, explica Pastos. Em outras palavras, o cheque é compensado normalmente e é a vítima quem tem que correr atrás das provas para se ressarcir do prejuízo.
A melhor defesa é tomar certos cuidados na hora da emissão de um cheque. A Federação Brasileira dos Bancos – Febraban – recomenda, por exemplo, que os cheques sejam preenchidos nominalmente ou cruzados. As dicas de segurança incluem eliminar espaços vazios, evitar rasuras e não utilizar canetas hidrográficas ou canetas oferecidas por estranhos. Máquina de escrever com fita à base de polietileno também deve ser evitada pois permite que os valores preenchidos sejam facilmente apagados ou modificados.
A Febraban e a Abracheque aconselham, ainda, que a cada novo talão deve-se conferir nome do correntista, número da conta, CPF e quantidade de cheques do talonário. As recomendações não param por aí: jamais deixe requisições ou cheques assinados no talão e, de preferência, leve apenas a quantidade de folhas que pretende utilizar no dia. Por fim, nunca forneça dados pessoais por telefone e destrua os talões de contas inativas.
Dobra número de cheques roubados, falsificados e clonados
3 minutos de leitura
continua após a publicidade
continua após a publicidade