O volume de debêntures em circulação no mercado já se aproxima do total de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma das poucas fontes de financiamento de longo prazo no País. Segundo dados da Associação Nacional do Mercado Financeiro (Andima), o volume de debêntures registrados na entidade já supera os R$ 116 bilhões e há outros R$ 2,68 bilhões em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para serem postos no mercado.
Os empréstimos do BNDES no fim de junho, conforme dados do Banco Central, estavam em R$ 129,8 bilhões. Para o superintendente-geral da Andima, Paulo Eduardo Sampaio, o volume de debêntures deve crescer muito até o fim do ano.
"Tradicionalmente, no segundo semestre há mais lançamentos que no primeiro", observou. Além disso, há fatores impulsionando o mercado, tanto do lado da oferta quando da demanda. "A queda dos juros dos títulos públicos está levando grandes investidores a buscar novos papéis. E as debêntures são títulos que se encaixam no perfil de alguns investidores, como os fundos de pensão, que aplicam a longo prazo", observou Sampaio.
As empresas, por sua vez, estão preferindo captar em reais, temendo que a valorização da moeda possa ser revertida nos próximos anos. "Muitas empresas temem que a cotação do dólar ante o real suba, o que oneraria os custos, devido à correção cambial", complementou.