É louvável a iniciativa de empresários, profissionais liberais e políticos da Tríplice Fronteira – a região de Foz do Iguaçu e suas ?irmãs? Puerto Iguazu, na Argentina, e Ciudad del Este, no Paraguai. A sociedade civil está preparando um plano de desenvolvimento turístico sustentável para a área fronteiriça dos três países, aproveitando as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo brasileiro. A principal sugestão seria a criação de um anel de integração entre os países.
Nada mais justo e surpreendentemente simples. A região é uma das mais visitadas do planeta, por conta das belezas naturais (notadamente as Cataratas do Iguaçu) e das compras de bebidas, perfumes e eletrônicos. Cada país tem suas características nesta história: o Brasil tem a infra-estrutura hoteleira e de turismo; a Argentina tem a maior região de mata das Cataratas, as compras de bebidas e o jogo (cassino) autorizado; o Paraguai tem as ofertas de eletrônicos e perfumes. São fatos que se complementam, e que servem para atrair o público.
Se tudo se une, nada mais natural que haja um planejamento comum na Tríplice Fronteira. Se os governos, até o momento, não buscaram entendimentos para fazer este trabalho, que a sociedade civil tome a iniciativa. Há condições para isto: até onde se sabe, não há problemas sérios entre a população fronteiriça; os acordos comerciais do Mercosul permitem uma taxação semelhante; e cada País pode agregar as virtudes dos outros para criar atrações turísticas mais completas.
Mas é o Brasil que precisa comandar este plano conjunto. Por ter maior população, por ter uma moeda mais forte e por viver um momento econômico muito melhor que os vizinhos Argentina e Paraguai, somos responsáveis por liderar tal iniciativa. As obras previstas no PAC são decisivas para o sucesso desta empreitada.
Temos as condições para isto. Basta querer. E não é difícil.
É só os governantes se preocuparem com problemas e soluções reais, não em devaneios ideológicos.
