Dívidas ameaçam empresa que foi ligada a Lorenzetti

A central de cooperativas Nova Amafrutas, que voltou à vida econômica há quatro anos por força da influência de seu ex-diretor Jorge Lorenzetti junto ao Palácio do Planalto, precisa de mais ajuda. Com dívidas que ultrapassam R$ 20 milhões a empresa de sucos localizada em Benevides, no Pará, voltou a fechar as portas há dois meses e corre o risco de sofrer uma espécie de intervenção branca do Banco da Amazônia (Basa), seu maior credor.

Em agosto de 2003, a reinauguração da Amafrutas contou com um convidado ilustre: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que posou para os fotógrafos ao lado do amigo Lorenzetti. Da mesma solenidade participava o governador tucano do Pará, Simão Jatene a quem Lula disse que a empresa estava "entrando para a história" por conta de financiamento do Banco do Estado do Pará e de convênios para assistência técnica às cooperativas.

O clima de euforia de três anos atrás foi hoje substituído pelo medo da falência. O Basa deve concluir até o final do mês um levantamento das dívidas da Amafrutas e já estuda colocar dentro da empresa profissionais de gestão para salvá-la. Os atuais diretores não aparecem na fábrica há mais de uma semana e a entrada de jornalistas no local foi proibida.

O dirigente da Amafrutas, Avelino Ganzer, que ajudou a obter R$ 15 milhões de verbas do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) para as cooperativas, não foi localizado para comentar o caso. Ele já dirigiu a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Outro diretor, Max Pontes, também evitou contato com a imprensa.

Motivos

Um funcionário que pediu para não ser identificado disse que o principal motivo da paralisação da empresa está na queda do dólar. Ele afirmou que a Amafrutas, graças a Lorenzetti, firmou contratos de exportação, principalmente com a Holanda, quando o dólar superava R$ 3. Hoje, ela é obrigada a honrar os compromissos com o dólar cotado a menos de R$ 2,2. Outro motivo seria a má gestão na empresa. Algumas cooperativas, com o agravamento das dificuldades, acumularam prejuízos e pediram desligamento.

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