O diretor-geral da Secretaria da Fazenda, Nestor Bueno, relatou à Assembléia Legislativa que apesar de o governo ter pago R$ 4,5 bilhões da dívida de R$ 5,6 bilhões, contraída do Banco Central para sanear as finanças do Banestado, ainda deve muito, porquanto o valor do débito subiu para R$ 8,1 bilhões.

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Há uma lógica incompreensível nessa aritmética e, a julgar por sua carga de tragicomédia, estaríamos diante da reedição da saga bíblica de Jacó e Labão, face às intermináveis cláusulas de interesse fixadas pelo futuro sogro no contrato do casamento do jovem israelita com suas duas filhas.

Quanto mais o Estado paga ao BC, maior é o saldo devedor. E a única explicação plausível do credor é que o valor cresceu tangido pela alteração dos critérios de atualização da dívida. Uma trama insondável que nos remete à própria dívida pública brasileira, que no conceito de economistas reconhecidos por sua competência internacional, já foi inteiramente paga duas ou três vezes.

Como todos sabem, à época da alienação do Banestado, sua situação era de tal forma precária que o governo do Estado pleiteou o repasse de R$ 5,6 bilhões do Banco Central, a fim de preparar o terreno para a privatização. Com a providência, a chamada parte boa foi vendida ao Itaú por valor ridículo, ficando o ônus da dívida com a sociedade.

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Até esse momento, a população alienada de importante elo da economia interna e dos bons serviços prestados pelo banco à expansão industrial, comercial e agropecuária, não foi cientificada do destino do dinheiro pago pelo Itaú.

O mesmíssimo governo que fez esse péssimo negócio, legando o efeito tardio aos administradores que viessem depois, desesperou-se para alienar também a Copel, sob o falacioso argumento de que a empresa perdia competitividade e, fatalmente, seria engolida pela concorrência.

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Como se tem tornado rotina no País convocar administradores temerários e ineptos a prestar contas dos atos que causaram prejuízos à economia popular – afinal os contribuintes sempre pagam as contas – é de bom alvitre que alguns dos mais recentes coloquem as barbas de molho…

Decerto seria excelente contribuição à moral e aos bons costumes auscultar o que determinados cidadãos têm a acrescentar para o esclarecimento de fatos nebulosos, mas imensamente rentáveis.