O total da dívida pública mobiliária federal interna (dívida em títulos)
alcançou a cifra de R$ 873,83 bilhões no mês de abril, mantendo-se estável na
comparação com o total do mês anterior, de R$ 873,61 bilhões, conforme revelou
hoje o coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Ronnie
Tavares.
Ele disse que o crescimento da dívida decorre basicamente dos
resgates de títulos federais, no valor de R$ 9,3 bilhões, mas esse impacto foi
quase totalmente neutralizado pelo pagamento de juros no mês, em volume
equivalente, acrescentou.
Com base no relatório de abril da Dívida
Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) e Mercado Aberto, divulgado antes
pelo Tesouro, a dívida interna aumentou 7,84% no quadrimestre e 16,76% nos
últimos 12 meses. Em relação a dezembro de 2002, de R$ 623,19 bilhões, o
crescimento chega a 40,22%.
Em abril, as emissões de títulos do governo
somaram R$ 36,3 bilhões, contra resgates que chegaram a R$ 45,3 bilhões. A
diferença contribuiu para aumentar a dívida. O Banco Central leiloou Letras do
Tesouro Nacional (LTNs) com vencimento em outubro próximo deste ano, com o
objetivo de reduzir o excesso de liquidez bancária, conforme ressaltou o chefe
do Departamento de Operações do Mercado Aberto, Ivan Luiz de Oliveira
Lima.
Segundo a nota do Tesouro, a participação dos títulos da dívida
corrigidos pela taxa básica de juros (Selic) aumentou de 57,7%, em março, para
59,2% (R$ 517,01 bilhões), enquanto a parcela de papéis prefixados caiu de
21,52% para 20,25% (R$ 176,96 bilhões) e a de títulos com correção pelo câmbio
foi reduzida de 4,23% para 3,95% (R$ 34,53 bilhões). Os R$ 145,32 bilhões
(16,63%) restantes têm correção por índices de preços e pela Taxa Referencial
(TR).
A dívida interna é a soma dos débitos assumidos pelo governo junto
às pessoas físicas e jurídicas residentes no próprio país. Sempre que as
despesas superam as receitas, há necessidade de dinheiro para cobrir esse
déficit. Para isso, as autoridades econômicas podem optar por três soluções:
emissão de papel-moeda, aumento da carga tributária (impostos) e lançamento de
títulos (dívida mobiliária).