Brasília – A dívida pública mobiliária federal interna, expressa em títulos, fechou setembro em R$ 1,061 trilhão, um aumento de 2,20% em relação ao mês anterior, o que corresponde a R$ 22,85 bilhões. O crescimento foi provocado pela emissão líquida de R$ 10,8 bilhões em títulos e do desembolso de R$ 12,016 bilhões em juros da dívida.
Os números constam de relatório conjunto sobre dívida interna e mercado aberto divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Tesouro Nacional e Banco Central.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Ronnie Tavares, informou que dos R$ 35,899 bilhões em títulos emitidos no mês de setembro, R$ 21,9 bilhões se referem a títulos com remuneração pré-fixada, o que equivale a 61% das emissões.
Como parte da estratégia de alongar o perfil da dívida, os títulos com remuneração pré-fixada fecharam o mês de setembro com equivalência de 32,8% na composição da dívida, o que se constitui no volume mais alto de participação de títulos pré-fixados, desde o início da divulgação do relatório, em dezembro de 1999, segundo o economista do Tesouro.
Ele disse que o resgate de títulos vencidos no mês foi de R$ 25,210 bilhões, dos quais 76% de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), que têm remuneração pós-fixada pela variação da taxa básica de juros (Selic). Como resultado, a participação dos títulos pós-fixados na dívida caiu de 46,14% em agosto para 44,79%.
Ronnie Tavares lembrou que apesar do aumento de R$ 22,85 bilhões no estoque de títulos em poder do público, o valor total da dívida permanece abaixo do intervalo permitido pelo Plano Anual de Financiamento (PAF) para este ano, que é entre R$ 1,13 trilhão e 1,2 trilhão.
De acordo com o relatório, o prazo médio de vencimento do estoque da dívida teve ligeira redução de 29,8 meses para 29,7 meses, na comparação com agosto, permanecendo abaixo da faixa perseguida pelo PAF, entre 30 e 35 meses. Já o prazo médio das emissões em ofertas públicas passou de 38,5 meses, em agosto, para 33,6 meses, por causa da maior participação de títulos com remuneração prefixada.
A parcela de títulos federais em poder do público com vencimento nos próximos 12 meses aumentou de 39,2% em agosto, para 40% no mês passado, distanciando-se do intervalo desejado pelo PAF, que é de 31% a 36%. O economista do Tesouro explicou que isso ocorreu porque setembro de 2007 tem maior volume de vencimentos do que setembro último. Do total, R$ 424,59 bilhões vencem até setembro do ano que vem, dos quais R$ 207,05 bilhões em títulos pré-fixados, R$ 180,06 bilhões pela taxa Selic, R$ 28,32 bilhões remunerados por índices de preços, R$ 7,95 bilhões atrelados ao câmbio e R$ 1,21 bilhão pela TR.
