O município de Francisco Beltrão, um dos mais prejudicados com a seca e cuja quebra chegou a quase 55% em suas lavouras de soja, está investindo na diversificação da produção, incentivando o plantio de uvas, figo, pêssego e nectarina, em escala industrial.

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?Os agricultores procuram um incremento na renda e uma alternativa para não sofrer as conseqüências de uma longa estiagem?, explica Gilka Cardoso Andretta, chefe da Divisão de Estatísticas Básicas da Secretaria da Agricultura. Ela destaca principalmente a cultura da uva, colhida entre dezembro e janeiro, quando a seca é até benéfica para a qualidade da fruta.

Outro bom exemplo de busca por alternativas é verificado em Andirá, no Norte do Estado, que colheu em 2003 cerca de 36 mil toneladas de soja numa área de 12 mil hectares, gerando uma renda bruta de R$ 22,8 mil.

O mesmo município, numa área de apenas 1.430 hectares, colheu 41.140 toneladas de banana, gerando uma renda bruta de R$ 14,5 mil. ?Trata-se de mais um município com vocação para grãos e que, na última década, investiu na diversificação conseguindo um incremento na renda bruta?, ressalta.

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Um hectare de banana gera uma renda bruta cinco vezes superior à obtida com a soja e, segundo Gilka Cardoso Andretta, quando se fala em renda líquida, este valor é três vezes superior.

Empregos

A técnica da Secretaria da Agricultura destaca ainda que, nesse caso, deve-se levar em consideração a questão social. Enquanto 1 hectare de soja emprega 0,02 pessoas (cultura mecanizada), a fruticultura emprega uma média de 15 pessoas por hectare.

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As hortaliças também são opções para diversificação. Em média, a renda bruta por hectare é 8 vezes superior à média obtida com grãos de verão. ?Quando se fala em orgânicos, esta renda é ainda maior, cerca de 30%?, observa Gilka Cardoso Andretta.

Segundo ela, a floricultura, embora seja uma atividade que exige mão-de-obra especializada e produtores altamente tecnificados, também contribui significativamente para os municípios que investem nesta produção.