A cerimônia fúnebre de um líder tribal assassinado pelo Exército do Paquistão acabou em violência hoje quando manifestantes atiraram granadas contra a polícia e incendiaram dezenas de lojas. A explosão de uma bomba matou quatro pessoas em um restaurante de Quetta enquanto a violência tomava conta do sudoeste do Paquistão pelo quarto dia consecutivo.
Mais de 10.000 pessoas participaram dos funerais em homenagem ao foragido líder tribal Nawab Akbar Bugti, assassinado no sábado durante uma operação militar paquistanesa contra seu esconderijo. Mesmo sem um corpo a velar, a cerimônia fúnebre ocorreu em um estádio de Quetta, capital da província paquistanesa do Baluquistão.
O Exército paquistanês informou que o corpo de Bugti ainda não foi recuperado dos destroços de seu esconderijo, mas oficiais asseguram que ele morreu no ataque ao esconderijo em Kohlu, 200 quilômetros ao leste de Quetta. Talal Bugti, filho do líder tribal, contestou a versão do governo. "Ele pode estar num hospital. É mentira que ele esteja preso nos escombros", acusou.
O governo paquistanês não ofereceu explicações sobre a operação militar. Um simpatizante de Bugti convocado para guiar o Exército ao local atacado comentou que o líder tribal baluque estava no esconderijo pouco antes da explosão.
Em Karachi, no sul do país, 60 pessoas foram detidas por participação em protestos contra o assassinato de Bugti. Quase 600 pessoas já foram detidas em Karachi nos últimos dias. De acordo com a polícia, dois jovens foram feridos por disparos de armas de fogo efetuados durante a manifestação.
Em Lahore, no leste paquistanês, a explosão de uma bomba de fabricação caseira deixou pelo menos cinco pessoas feridas e danificou diversos carros em um centro comercial estabelecido num bairro de alto padrão da cidade, informou a polícia local. Os autores e o motivo da explosão estão sendo investigados, prosseguiu a polícia.