Disputa tripla no Madeira

Dos cinco consórcios inscritos na disputa do leilão para a construção da usina hidrelétrica Santo Antônio, no curso do Rio Madeira, em Rondônia, restam três. De uma só vez desistiram da participação o grupo Norte Energia, liderado pela Alusa, uma empresa de engenharia que é também concessionária de linhas de transmissão. O outro desistente foi a Eletronorte, empresa estatal da área de energia que havia decidido entrar sozinha na disputa.

Assim sendo, a hidrelétrica em questão, uma das maiores obras de infra-estrutura constantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), será disputada por apenas três consórcios, todos eles com participação de empresas estatais. Grandes empresas privadas (Andrade Gutierrez, Odebrecht e Camargo Corrêa) participam dos consórcios interessados na construção de Santo Antônio, integrados também por Furnas, Cemig e fundos de investimento (Madeira Energia), Eletrosul e grupo Suez (Energia Sustentável do Brasil), Chesf e CPFL (Empresa de Investimento Santo Antônio).

O leilão para definir a escolha do consórcio responsável pela construção da usina será realizado na próxima segunda-feira, 10, e a redução do número de interessados decorreu da dificuldade de entendimento entre o governo federal, que exerce o controle da Eletronorte, e a Alusa.

A princípio, a Eletronorte pretendia participar do leilão de forma individual, mas foi convencida a integrar o consórcio liderado pela Alusa, embora exigisse a fatia principal do empreendimento. Segundo o governo, esse foi o motivo que levou à retirada da Eletronorte do referido consórcio e à desistência de ambos da disputa, agora restrita a três consórcios.

Nos bastidores circulou a versão que nem a Eletronorte, estatal que registrou prejuízos em seus últimos balanços anuais, nem a Alusa têm condições econômico-financeiras para disputar uma obra orçada em R$ 9,5 bilhões. Aliás, o próprio mercado não recebeu bem a informação de que a Eletronorte se apresentaria sozinha no leilão de segunda-feira. A impressão mais forte é que o governo tentava uma jogada para forçar os preços para baixo.

Para o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, o ideal seria que o leilão fosse disputado pelos menos por dez grupos, mas apesar disso acredita que a licitação será bastante competitiva, tendo em vista que os três grupos remanescentes são altamente credenciados pelo mercado. A conferir.

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